A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) vai reduzir a vazão de Furnas em cem metros cúbicos. A medida é considerada fundamental para que a represa volte a atingir a mínima de 772 metros acima do nível do mar, que não é atingida desde março de 2020. O reservatório atualmente está em 755,67 metros, o que representa um volume útil de 21,42%.
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A deliberação da medida ocorreu em reunião de diretoria colegiada, realizada nesta terça-feira (24). Agora a resolução passa a vigorar assim que for publicada no Diário Oficial da União. Ela é válida a partir do dia 1º de dezembro e vai até o dia 30 de abril de 2022.
No mês passado, a Ana liberou o Plano de Contingência para recuperar os reservatórios do país. Furnas e Mascarenhas de Morais, no Sul de Minas, foram contemplados. Na decisão ficou definido que a condição de operação de Furnas, que era indicada para a recuperação dos níveis do reservatório durante o período úmido, passará de 400 para 300 metros cúbicos.
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O diretor da ANA, Vitor Saback, afirmou que a medida visa fazer com que se chegue no período da seca, em 2022, com índices melhores do que está previsto. Ele ainda explicou que como não podem mudar a quantidade de água que chega nos reservatórios, pelo menos tentarão controlar o volume que sai.
Recuperação da EconomiaJá o vice-presidente da Associação dos Municípios do Lago de Furnas (Alago), Filipe Carielo, que é prefeito de Carmo do Rio Claro (MG), falou da importância de se manter o nível, até mesmo nas secas.
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"É bom destacar que essa cota mínima é pra ser preservada na seca. Hoje, nós estamos no início do período chuvoso e não temos ainda a cota 762. Se alcançarmos a 762 na seca, quando vier o período chuvoso, como é o caso de agora, estaríamos indo próximo da cota máxima. Por isso a importância de fazer com que a cota menina seja alcançada e desse momento em diante não fazer com que a água não baixe da 762", disse em entrevista à EPTV Sul de Minas, afiliada da Rede Globo.
Filipe Carielo também citou que a recuperação do lago é muito aguardada pela economia local, que depende dele para o turismo, agricultura e a criação de peixes, principalmente na retomada pós-pandemia.
"Vamos continuar trabalhando. O mar de Minas quer dizer vida, quer dizer emprego. E nesse momento, quase indo para o fim da pandemia, agora que os olhos se voltam para a questão economia, em que as pessoas estão procurando uma oportunidade de emprego, de desenvolvimento econômico e distribuição de renda, o mar de Minas será muito importante", completou o vice-presidente da Alago.
Lago de Furnas,
Turismo e Lazer:
Minas agradece
O reservatório da Usina de Furnas encontra-se atualmente na elevação 755,67 metros, o que representa um volume útil de 21,42%. A Usina está operando conforme despacho do Operador Nacional do Sistema (ONS), com uma geração em torno 600 MW, o que corresponde a 49% da capacidade instalada.
A Usina de Furnas possui capacidade instalada de 1.216 MW. A maior parte da energia produzida nas unidades geradoras brasileiras é enviada ao Sistema Interligado Nacional (SIN), sendo disponibilizada a diferentes regiões do país. O ONS coordena a alocação dessa energia conforme a demanda dos consumidores, controlando a operação em tempo real.
"A Eletrobras Furnas cumpre estritamente as determinações dos órgãos reguladores na operação dos empreendimentos hidrelétricos sob sua concessão. Os níveis dos reservatórios e a energia despachada são programados pelo ONS, responsável por operar o conjunto de reservatórios brasileiros de forma integrada, com o objetivo de garantir a segurança energética", afirmou a empresa, em nota.