FamĂ­lias denunciam grupo por golpe em venda de curso de Bombeiro Mirim em Pouso Alegre, MG

Por Jornalista Alair de Almeida, Diretor e Editor do Jornal Região Sul em 01/06/2022 às 20:49:46
Golpe teria sido aplicado em municĂ­pios 17 cidades de trĂȘs estados: Minas Gerais, São Paulo e ParanĂĄ. PolĂ­cia Civil alerta para que vĂ­timas façam representação contra o crime. FamĂ­lias denunciam falsa venda para curso de Bombeiro Mirim em Pouso Alegre

FamĂ­lias de Pouso Alegre denunciam um grupo suspeito de aplicar um golpe na venda do curso de Bombeiro Mirim na cidade. De acordo com as denĂșncias, o golpe é aplicado em 17 cidades nos estados de São Paulo, ParanĂĄ e Minas Gerais.

Luiz Henrique Rodrigues matriculou a filha de oito anos em um curso de Bombeiro Mirim. A grade curricular oferecia vĂĄrias disciplinas, incluindo prevenção de acidentes.

"O que aconteceu é que em um primeiro momento eles quebraram o contrato com a escola onde seria passado o treinamento. As primeiras aulas não tinham um professor fixo, cada dia era um professor. Ai eles quebraram o contrato e foram para um espaço em que funcionava uma igreja, nada preparado para aquilo que o curso oferecia. Ficaram duas aulas com um voluntĂĄrio e de lĂĄ foi para uma escolinha. Tentaram aplicar o curso, mas não sabemos o porque não conseguiu. A gente vem trazendo isso ai hĂĄ mais de seis meses", destacou ele, que é mecânico de manutenção.

Ele contou, ainda, que antes de comprar o curso, acompanhou uma apresentação presencial. Mais de 30 pais participaram com os filhos e foram convencidos a fazer o investimento. A taxa de matrĂ­cula foi de R$ 900.

"Ai cancelaram, não entraram em contato com a gente, não ressarciram. A gente tentou entrar em contato com eles, e não nos dão resposta mais. É essa frustração na cabeça nossa e das crianças", falou.

FamĂ­lias denunciam grupo por golpe em venda do curso de Bombeiro Mirim em Pouso Alegre, MG

A filha da empreendedora FlĂĄvia Maria Nunes Tawse tem o sonho de ser bombeira. Frustrar essa vontade deixou a mãe ainda mais indignada com a situação.

"Ela ficou louca para ir, foi na apresentação. Queria muito que tivesse ocorrido o curso, só que foi uma decepção", disse FlĂĄvia.

Em um aplicativo de mensagem, a primeira justificativa para a não realização do curso seria problemas financeiros. Depois, por telefone, os pais foram informados de mais um adiamento que teria ocorrido devido à Covid-19.

Após registrarem boletim de ocorrĂȘncia, procurarem advogado e pesquisarem na internet, os pais descobriram que o golpe estĂĄ sendo aplicado também em cidades de São Paulo, Minas Gerais e ParanĂĄ.

Os pais foram orientados a fazer uma representação também na PolĂ­cia Civil. Segundo o delegado Ricardo Lopes, é necessĂĄrio que isso seja realizado devido a uma mudança na lei ocorrida em 2021.

"Sem que o ofendido procure a delegacia para oferecer essa representação, o inquérito policial não vai ter inĂ­cio, as investigações não vão iniciar apesar de registrado o boletim de ocorrĂȘncia junto à PolĂ­cia Militar. Precisamos que as vĂ­timas venham até nós na delegacia e ofereçam a representação, trazendo as provas que elas tenham como comprovante de transferĂȘncia bancĂĄria, conversas [em aplicativos de celular]", explicou o delegado da Delegacia de Defraudações, Ricardo Lopes.

O delegado salientou que não hĂĄ informações de que o golpe seja aplicado por empresas, mas sim por pessoas de maneira isolada ou em organizações criminosas.

"A gente não tem notĂ­cias de que empresas estejam praticando, os crimes são praticados por pessoas naturais, na maior parte das vezes organizações criminosas com dois, trĂȘs, quatro, cinco ou mais indivĂ­duos praticando esse tipo de crime", disse.

O responsĂĄvel pela delegacia de fraudações destacou, ainda, que os envolvidos podem sofrer penas de um a cinco anos de reclusão. A pena vai depender dos tipos e da quantidade de crimes praticados, além de quantas pessoas foram lesadas.

Fonte: G1 Sul de Minas e PolĂ­cias Civil e Militar

Comunicar erro
Fepi

ComentĂĄrios

novato