JuĂ­za revoga decisão do MP que afastou atual diretoria de fundação da UNINCOR investigada pela PolĂ­cia Federal em Varginha

Por Jornalista Alair de Almeida, Diretor e Editor do Jornal Região Sul em 03/06/2022 às 21:04:43
Magistrada destacou que atuais diretores não fazem parte do processo que apura irregularidades na Unincor. A juĂ­za Fernanda Machado de Moura Leite, da comarca de TrĂȘs Corações (MG), revogou nesta sexta-feira (3) a decisão liminar do Ministério PĂșblico que afastou a diretoria da FCTE (Fundação ComunitĂĄria Tricordiana de Educação) após a Operação J'Adoube da PolĂ­cia Federal. A instituição foi alvo de operação da PolĂ­cia Federal contra desvio e lavagem de dinheiro.

Segundo a magistrada, por não fazer parte do processo que apura irregularidades na Unincor, a atual direção não tem "qualquer elemento a desabonar sua conduta à frente da instituição". Na decisão, juĂ­za diz ainda que o afastamento poderia causar prejuĂ­zos à fundação.

JuĂ­za revoga decisão que afastou atual diretoria de fundação investigada pelo MP

Pessoas indiciadas

A PolĂ­cia Federal indiciou 12 pessoas ligadas à direção da FCTE, mantenedora da Unincor (Universidade Vale do Rio Verde). O inquérito que investigou desvio e lavagem de dinheiro na instituição de ensino de TrĂȘs Corações (MG) foi concluĂ­do pela PF.

Os indiciados são dirigentes da FCTE e pessoas ligadas à instituição de ensino, como empresĂĄrios e pessoas fĂ­sicas que exerciam funções chaves no esquema criminoso.

O nome da Operação ("J"Adoube") é uma referĂȘncia ao termo utilizado no jogo do xadrez que significa "eu arrumo", para indicar que os dirigentes daquela instituição de ensino criavam (arrumavam/arranjavam) empresas para desvio de valores e consequente lavagem de ativos.

Investigação

Segundo a PolĂ­cia Federal, a investigação, que teve inĂ­cio em setembro de 2020, analisou centenas de transações bancĂĄrias envolvendo empresas utilizadas na cobrança de mensalidades de alunos da FCTE além de outras pessoas jurĂ­dicas e fĂ­sicas. Foi detectado sofisticado esquema de desvio de valores e posterior lavagem desses recursos ilĂ­citos.

O branqueamento de capitais feito por dirigentes da FCTE e pessoas que integravam a organização criminosa envolvia, entre outras ações, confecção de contratos de locação falsos, simulação de dĂ­vidas com a FCTE para embasar recebimento de valores e, também, uso de empresas em nome de interpostas pessoas para pagamentos de despesas pessoais.

Inquérito que investigou desvio e lavagem de dinheiro na instituição de ensino foi concluĂ­do pela PF.

A 1ÂȘ fase da operação foi deflagrada no dia 8 de março, quando foram cumpridas 28 ordens judiciais, sendo 16 mandados de busca e apreensão nas cidades de Varginha (2), TrĂȘs Corações (3), Conceição do Rio Verde (1), Contagem (2), Nova Lima(2) e Belo Horizonte (6), além de outras ordens judiciais de apreensão especĂ­ficas em desfavor de pessoas fĂ­sicas e jurĂ­dicas.

Com o avanço das investigações apurou-se que o grupo continuava em atividade. Então, em 10 de maio, foi desencadeada a "Fase 2" da Operação com o cumprimento de quatro ordens judiciais (1 mandado de prisão preventiva, contra o ex-presidente da FCTE, professor Leandro Rodrigues, duas ordens de busca e apreensão e 1 medida cautelar especĂ­fica).

No curso da investigação, a pedido da PF, foram imobilizados recursos advindos da atividade ilĂ­cita, como o bloqueio de ativos e bens móveis de pessoas fĂ­sicas e jurĂ­dicas integrantes da organização criminosa.

Fonte: G1 Sul de Minas e MP e JudiciĂĄrio

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