Ataque em ItajubĂĄ: denĂșncia do MPF traz novos detalhes sobre ataque que aterrorizou moradores em MG

Por Jornalista Alair de Almeida, Diretor e Editor do Jornal Região Sul em 28/07/2022 às 19:05:56
Ladrões arrebentam o interior da CEF de Itajubá com explosivos potentes

Ladrões arrebentam o interior da CEF de Itajubá com explosivos potentes

Ataque em


ItajubĂĄ:


denĂșncia do


MPF traz


novos detalhes sobre


ataque que aterrorizou


moradores de ItajubĂĄ.


Homens armados sitiaram ItajubĂĄ no dia 22 de junho e levaram dinheiro e joias após explodir cofre da Caixa Econômica Federal.

A denĂșncia de um dos envolvidos no assalto à agĂȘncia da Caixa Econômica Federal divulgada nesta quinta-feira (28) pelo Ministério PĂșblico Federal, trouxe novos detalhes sobre a ação criminosa que aterrorizou moradores na noite do dia 22 de junho em ItajubĂĄ (MG).

Assalto com bombas em agĂȘncia da Caixa em ItajubĂĄ-MG | Folha de Paraguaçu

O denunciado, um paulistano de 32 anos, foi o Ășnico suspeito preso na madrugada seguinte ao crime. Conforme o MP, ele teve participação direta no planejamento e execução do ataque. A Justiça chegou a conceder liberdade provisão para o suspeito um dia após o crime, o que foi revertido após recurso apresentado pelo MPF.

O que se sabe sobre o ataque

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Fachada da CEF em ItajubĂĄ e o interior todo destroçado por bombas: Ladrões levaram 13 milhões em dinheiro vivo e 25 milhões em jóias do penhor.

Ataque em ItajubĂĄ: Veja como ficou a agĂȘncia da Caixa após ataque a banco; FOTOS | Sul de Minas | G1

Ataque em ItajubĂĄ: Veja como ficou a agĂȘncia da Caixa após ataque a banco; FOTOS | Sul de Minas | G1

PolĂ­cia apreende em SP fuzis, pistolas e munições que seriam do bando; suspeito é preso


PolĂ­cia encontra em SP armas que teriam sido usadas em ataque a banco de ItajubĂĄ (MG) - NotĂ­cias - R7 Minas Gerais

Na denĂșncia, o MPF confirma que por meio de explosivos, os criminosos conseguiram acesso aos cofres do banco, de onde subtraĂ­ram dinheiro e joias. No entanto, questionado pelo g1, o MPF disse não ter a informação de qual o valor foi levado da agĂȘncia, o que também não foi informado pela Caixa e pela PolĂ­cia Militar.

Ataque em ItajubĂĄ: Veja como ficou a agĂȘncia da Caixa após ataque a banco; FOTOS | Sul de Minas | G1

O Ministério PĂșblico Federal também associa o ataque ao "novo cangaço", ação criminosa em que, de modo conjunto e coordenado, dezenas de pessoas usando aparato bélico sitiam cidades inteiras, atacando forças de segurança e roubando veĂ­culos particulares, enquanto outra parte do bando arromba e explode agĂȘncias bancĂĄrias.

Redes sociais - Detalhes do ataque

A denĂșncia do Ministério PĂșblico Federal relata que o assalto foi executado com extrema violĂȘncia, mediante uso de armas de fogo de diversos calibres, incĂȘndios, explosões e fugas em alta velocidade.

Os primeiros atos criminosos da noite foram praticados contra dois moradores. Por volta das 23 horas, um Voyage onde estavam um casal de namorados foi emparelhado por outro veĂ­culo, um T- Cross, de onde desceram trĂȘs indivĂ­duos encapuzados e armados, os quais obrigaram as vĂ­timas a descerem e correrem do local.


Armamento pesado utilizado no assalto em ItajubĂĄ foi apreendido em SP

Vinte minutos depois, em um local próximo àquele, outros quatro indivĂ­duos, também com uso de arma de fogo, roubaram um Ecosport, cujo proprietĂĄrio, foi abordado em circunstâncias semelhantes às do primeiro roubo.

PolĂ­cia Civil paulista apreende armas, coletes, capacetes e munições que teriam sido usadas por criminosos em ataque a banco em ItajubĂĄ (MG)

Divulgação/PolĂ­cia Civil de SP

Em seguida, os criminosos conduziram esses dois veĂ­culos para a entrada do 56Âș Batalhão da PolĂ­cia Militar, posicionando-os de forma a impedir a saĂ­da dos policiais, derramaram gasolina e botaram fogo, incendiando o Voyage.

O MPF relata que, armados de fuzis, enquanto alguns criminosos ateavam fogo nos veĂ­culos, seus comparsas efetuavam dezenas de disparos contra o prédio da PolĂ­cia Militar, destruindo uma porta de vidro e danificando vidros de janelas, aparelho de ar condicionado e duas viaturas, uma da polĂ­cia e outra do Corpo de Bombeiros.

Tiros para o alto e na vizinhança


Assalto à Caixa Econômica: o que se sabe sobre o ataque em MG

Enquanto isso, os outros integrantes da quadrilha estavam na agĂȘncia da Caixa Econômica Federal, onde, por meio de explosivos, conseguiram acesso aos cofres do banco, de onde subtraĂ­ram dinheiro e joias.

A denĂșncia relata que, durante o roubo, os criminosos efetuaram inĂșmeros disparos de armas de fogo para o alto e também contra imóveis vizinhos, com o intuito de aterrorizar e intimidar eventuais testemunhas. Na agĂȘncia, foram encontrados cartuchos e cĂĄpsulas de armas de fogo, entre elas, fuzis de uso restrito e até o projétil de uma arma que só é utilizada em guerras.

Moradores registram ataque de

assaltantes a agĂȘncia bancĂĄria

em ItajubĂĄ (MG)


Novo Cangaço: Assaltantes armados atacam agĂȘncia da CEF em MG; vĂ­deo

Além disso, segundo o MPF, a quantidade de material explosivo instalado pelos criminosos na agĂȘncia era tão grande e perigosa, que o Esquadrão Antibombas demorou mais de 17 horas para localizar, manipular e neutralizar tais artefatos.

A minuciosa preparação para o roubo ficou evidenciada não só no material que levaram para a ação, como nos próprios veĂ­culos utilizados pelos criminosos: a maioria era de carros blindados e alguns foram modificados na estrutura e/ou nos vidros.


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semelhantes nos Ășltimos meses;

relembre

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Morador de prédio vizinho a banco relata desespero durante ação: 'Escondi na cozinha'

A denĂșncia relata que os criminosos retiraram os bancos dos veĂ­culos, o que permitiu maior mobilidade interna e capacidade de transporte de armas, combustĂ­veis e materiais. Foram feitos orifĂ­cios nos vidros das janelas, por onde os criminosos atiravam sem a necessidade de abrir as portas ou descer dos veĂ­culos.

Fuga do bando


Assaltantes armados atacam agĂȘncia da Caixa em ItajubĂĄ (MG)

Após o roubo, o bando se dividiu e fugiu por estradas rurais dos municĂ­pios vizinhos a ItajubĂĄ. Em duas oportunidades, ao se depararem com os bloqueios da PolĂ­cia Militar, os envolvidos não hesitaram em atirar, atingindo trĂȘs policiais, que só não vieram a falecer, porque foram imediatamente socorridos.

Todos os criminosos conseguiram fugir do cerco policial, à exceção do denunciado. Naquela madrugada de 23 de junho, ele foi abordado pela PM numa estrada vicinal entre os municĂ­pios de CambuĂ­ (MG) e Consolação (MG), e, diante das perguntas sobre o motivo de estar àquela hora naquele local, apresentou respostas contraditórias e pouco convincentes, acabando por confessar sua participação no roubo.


Posteriormente, as investigações demonstraram que o homem participou ativamente não só da execução, como dos atos preparatórios da ação criminosa, seja alugando o veĂ­culo que estava conduzindo no momento da sua prisão em flagrante, seja emprestando seu próprio carro para a empreitada.

Ele também compareceu em dias anteriores a ItajubĂĄ, acompanhado de seus comparsas, para conhecer o local e estabelecer as rotas de entrada, bloqueios e fuga.

No dia da ação propriamente dita, ele atuou principalmente como "batedor", dirigindo à frente dos outros veĂ­culos, para verificar eventuais barreiras policiais.

Segundo o MPF, As investigações

continuam quanto aos outros

participantes da ação criminosa.


Feridos e armamento apreendido

Conforme informações divulgadas pelas autoridades, quatro policiais militares e um morador ficaram feridos durante a ação do bando criminoso em ItajubĂĄ. O ferido, o estudante Breno Augusto Camargo dos Santos, morreu no dia 3 de julho em Paraibuna, no interior de São Paulo. Segundo a famĂ­lia, ele sofreu um infarto.

Estudante baleado durante

ataque a banco em ItajubĂĄ

morre no interior de SP

Estudante atingido por tiro no assalto à CEF em ItajubĂĄ, morre de infarto

Divulgação/Unifei

TrĂȘs dias após o ataque, a PolĂ­cia Civil prendeu um homem em São Paulo suspeito de guardar as armas utilizadas pelo grupo.

Na casa em que o homem foi preso, foram encontrados trĂȘs fuzis, uma espingarda, uma pistola, um seletor de rajadas (dispositivo que dĂĄ precisão aos tiros), muita munição, coletes à prova de bala e capacetes, além de dois explosivos que foram detonados no fundo da delegacia por policiais de um grupo de elite da corporação.


Fonte: G1 Sul de Minas e PolĂ­cias Civil e Militar

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