Bolsonaro demite chefe da PF e por isso Sergio Moro pede demissão atacando o Presidente

Sergio Moro X Bolsonaro

Por Marco Antônio Gomes de Carvalho em 24/04/2020 às 22:20:45
Presidente Bolsonaro X Sergio Moro (Ex-Ministro da Justiça)

Presidente Bolsonaro X Sergio Moro (Ex-Ministro da Justiça)

Bolsonaro demite chefe

da PF e por isso Sergio

Moro pede demissão

atacando o Presidente


Sergio Moro não é mais ministro da Justiça e da Segurança Pública.

Sergio Moro faz críticas atacando o Presidente Bolsonaro

Deixou o cargo depois de um ano, quatro meses, muitos conchavos, algumas reprimendas públicas. Em sua passagem pelo ministério, Moro evitou falar publicamente das acusações sobre Bolsonaro e família nas investigações sobre rachadinhas em gabinetes e o modus operandi do chamado gabinete do ódio. Segundo o site O Antagonista, foi o avanço das investigações sobre este gabinete a gota d"água para Bolsonaro trocar, no pico de uma pandemia, o diretor-geral da Polícia Federal.

Tudo isso acontece no momento em que o país registra mais de 400 mortes por Covid-19 em um único dia.

Em sua despedida, Moro disse lamentar ter de fazer o pronunciamento no momento em que os esforços deveriam focar no combate ao coronavírus. Afirmou que, ao assumir o posto, recebeu do presidente uma carta branca no combate à corrupção e ao crime organizado e que nem recebeu apoio do chefe.

Moro se queixou da insistência do presidente em trocar o comando da Polícia Federal desde o ano passado, lembrando que isso não aconteceu nem mesmo durante a Lava Jato, sob o governo petista. Deixou claro seu incômodo com um dos nomes ventilados — que, segundo ele, tem mais tempo na Câmara dos Deputados do que na corporação.

Ele listou a queda no índice de homicídios, a prisão de uma liderança do PCC foragida e a apreensão recorde de drogas como avanços ocorridos em sua gestão. Elogiou o trabalho da PF e dos governos estaduais e municipais, hoje sob ataque do presidente, no apoio integrado das operações.

O agora ex-ministro negou que a exoneração do diretor-geral, Maurício Valeixo, tenha acontecido a pedido, como afirmou a Secretaria de Comunicação do governo, e disse que Bolsonaro jamais apresentou uma razão para a troca. Segundo Moro, o ex-capitão tentou interferir politicamente na escolha e queria nomear alguém para quem pudesse ligar ou ter acesso prévio a investigações.

Moro disse ter sido surpreendido com a exoneração do diretor pela manhã. "Não tinha como aceitar", afirmou ele, que pediu respeito à lei e à autonomia da PF. Para ele, não havia como seguir no posto, já que os resultados da interferência política são "imprevisíveis".

Com pronunciamento, Sergio Moro tem seu dia de Pedro Collor e Duda Mendonça

Ao entregar o cargo de ministro da Justiça, disse com todas as palavras que o ex-capitão tentou interferir politicamente no comando da Polícia federal. Queria alguém que pudesse telefonar e compartilhar documentos relativos a investigações. Isso, reiterou, não aconteceu nem nos governos petistas no auge da Lava Jato.

Filho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro está no centro de uma investigação sobre um suposto esquema de rachadinha em seus tempos de deputado estadual no Rio.

Há informações também de que a polícia avançava sobre o chamado gabinete do ódio do governo.

.Moro sai da história como um ex-juiz que abandonou a magistratura em troca de um projeto (o combate à corrupção e ao crime organizado, segundo ele) e que, em nome desse projeto, não se dobrou a interesses palacianos.

Se não fosse tão odiado por petistas e, agora, pelos bolsonaristas (75% dos eleitores só no primeiro turno das últimas eleições), poderia sair da entrevista coletiva como favorito à sucessão presidencial. Mas há muita água para rolar até lá.

Nas palavras da senadora Katia Abreu, Moro fez uma delação premiada ao vivo durante o pronunciamento. Ele não apresentou nenhuma irregularidade, mas deixou claro que desconfiava das intenções do chefe ao insistir em interferir na autonomia da PF.

Historicamente, a fala pode ser comparada ao depoimento do publicitário Duda Mendonça à CPI dos Correios em agosto de 2005, quando relatou a abertura de uma conta no exterior para receber dívidas da campanha vitoriosa de Luiz Inácio Lula da Silva em 2002. Ele chorou e fez parlamentares chorarem ao desenhar o caminho do caixa dois.

Petistas históricos saíram daquele depoimento em direção à oposição -- uns hoje estão na Rede, outros, no PSOL.

Lula seria reeleito e elegeria duas vezes Dilma Rousseff presidente, mas a casca de partido combativo se perdia ali -- o que foi fundamental para os rumos da legenda após o mensalão e a Lava Jato.

Quinze anos depois, foi o ex-juiz da Lava Jato, responsável pela primeira condenação de Lula na primeira instância, quem caiu atirando contra o governo que ajudou a eleger.

Outros presidentes tiveram momentos semelhantes. Em maio de 1997, Brasília foi sacudida após a Folha de S.Paulo relevar que os deputados Ronivon Santiago e João Maria, do antigo PFL, negociavam a compra de votos para aprovar a PEC da reeleição de Fernando Henrique Cardoso. A tropa de choque tucana entrou em campo e FHC foi reeleito, mas perdia ali a moral para falar de escândalos nos quintais alheios -- ao menos a ponto de impedir quatro derrotas para o PT nas eleições presidenciais entre 2002 e 2014.

Muito antes, em 1992, o governo Collor já havia sido abalado pela famosa entrevista de Pedro Collor, irmão do presidente, à revista Veja. Foi quando ele revelou que o encrencado PC Farias, que ele chamou de "bomba atômica ambulante", era testa-de-ferro do presidente. Collor caiu pouco depois.

.Bolsonaro rebate as acusações de Sergio Moro

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez um pronunciamento de mais de 40 minutos no fim da tarde de sexta-feira (24), em Brasília, para rebater as acusações feitas por Sergio Moro quando pediu demissão do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Segundo Bolsonaro, Moro condicionou uma troca no comando da Polícia Federal a uma indicação para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). No segundo semestre, o decano da corte, ministro Celso de Mello, será aposentado compulsoriamente por idade.

Bolsonaro disse que Sergio Moro queria fazer negociata com ele: Moro queria indicar o novo chefe da PF e queria ser indicado para o STF, pelo que Bolsonaro não concordou

"Mais de uma vez, o senhor Sergio Moro disse para mim: Você pode trocar o Valeixo sim, mas em novembro, depois que você me indicar para o Supremo Tribunal Federal", afirmou o presidente.

Bolsonaro escolhe Alexandre Ramagem, diretor da Abin, para comandar a PF

Sergio Moro Disse:

"A permanência do Diretor Geral da PF, Maurício Valeixo, nunca foi utilizada como moeda de troca para minha nomeação para o STF. Aliás, se fosse esse o meu objetivo, teria concordado ontem com a substituição do Diretor Geral da PF", escreveu o ex-ministro no Twitter.

Bolsonaro disse que Moro afirmou durante reunião que só aceitaria a saída do diretor da PF caso pudesse indicar o substituto e não acatar um nome escolhido pelo presidente. "Eu não preciso pedir autorização para trocar ninguém", disse Bolsonaro.

Após a saída de Valeixo, Moro pediu demissão do cargo e acusou o presidente de tentar realizar interferências políticas na corporação -- o que Bolsonaro negou.

Bolsonaro afirma:

"Não são verdadeiras as insinuações de que eu desejaria saber sobre investigações em andamento. Nos quase 16 meses em que esteve à frente do Ministério da Justiça, o senhor Sergio Moro sabe que jamais lhe procurei para inteferir nas investigações que estavam sendo realizadas", declarou o presidente.

O presidente Jair Bolsonaro acusou o ex-ministro Sergio Moro de "só tem compromisso com o próprio ego" e negou tentativa de interferência na Polícia Federal, classificando como infundadas as denúncias de Moro. No entanto, confirmou que pediu à PF investigações de seu interesse.

Bolsonaro também negou que pediu à PF para que ele e sua família fossem "blindados" e que o ex-ministro queria separar Bolsonaro do povo brasileiro. O presidente lamentou dizendo que a "PF de Moro" preferia investigar o assassinato da ex-vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) ao invés de investigar o atentado no qual recebeu uma facada desferida por Adélio Bispo, em Juiz de Fora (MG), durante a campana eleitoral de 2018.

"A PF de Sergio Moro mais se preocupou com Marielle do que com seu chefe supremo", afirmou ele, em pronunciamento feito no fim da tarde desta sexta-feira (24), no Palácio do Planalto. "Acredito que a vida do presidente da república tem um significado, afinal de contas é um chefe de estado. Isso é interferir na polícia federal?", completou.

Adeptos de Moro e opositores de Bolsonaro extraem do discurso do presidente textos fora do contexto, na tentativa de mostrar Bolsonaro como uma pessoa de má índole

Bolsonaro, como Presidente, pode pedir informações a PF para se inteirar do que está acontecendo, como qualquer cidadão pode fazer. Moro quis mostrar que Bolsonaro estava exigindo acesso à informações sigilosas, o que não é verdade. Isso não está implícito no discurso do Presidente. Sergio Moro disse que tem provas de tudo o que ele disse, e afirmando isso na opinião dele. Segundo Aras da PGR, tanto Moro como o Presidente terão de comprovar o que falaram, na troca de farpas. Se Moro não provar o que disse, com evidências, ele poderá ser processado por calúnia injúria e difamação. Expert em interrogar, pela sua experiência como Juiz, prova disso foi a sua participação na Operação Lava Jato, por sinal excelente, Sergio Moro quer fazer o mesmo com o Presidente Bolsonaro, na tentativa de jogar a opinião pública a seu favor e contra o presidente. A crise política está evidente, mas como disse o Presidente, ele está lutando contra o Sistema, que o quer fora da Presidência, porque há muitos políticos querendo ocupar a Cátedra do Palácio do Planalto, as hienas querem morder o leão Bolsonaro.

TV Globo destaca textos fora do contexto da fala do Presidente

E há veículos da imprensa que distorcem a fala do Presidente, na tentativa de mostrar um lado da fala inverídico, por interesses, (Caso da Rede Globo), que não tem mais as mordomias que sempre teve em Governos passados, e coloca este episódio 24 horas por dia no seu telejornalismo, evidenciando uma perseguição jamais vista em outros governos. Exemplo é a TV Globo colocar e repetir inúmeras vezes o Panelaço, como se o Brasil inteiro estivesse contra o Bolsonaro, o que já se tornou ridículo. O povo não é bobo, e já percebeu o que a Globo deseja....

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