Santa Casa de Alfenas trata Jovem com a Pior do Mundo
Segundo médico responsável pelo tratamento de Carolina, Carlos Marcelo de Barros, a cirurgia começou às 9h e terminou às 11h. Às 14h, a paciente foi encaminhada para a UTI consciente.
"Procedimento realizado com sucesso, sem nenhuma intercorrência. Todos os passos, objetivos e preceitos pensados no procedimento foram alcançados", afirmou.
O médico explicou que a bomba foi implantada no abdômen de Carolina Arruda e, por meio de um cateter fino e flexível, os medicamentos serão direcionados ao sistema nervoso central. Esta será, segundo Carolina, a última tentativa do novo tratamento feito pela jovem.
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Bomba de analgésicos será a última tentativa de tratamento para aliviar a 'pior dor do mundo' em jovem — Foto: Carolina Arruda/Arquivo Pessoal
"Uma vez que a bomba libera os medicamentos nos receptores da dor diretamente próximos da coluna vertebral, ao invés de viajar através do sistema circulatório, podem aliviar a dor com uma pequena fração em comparação com doses de medicamentos orais", explicou.
Inicialmente, os medicamentos escolhidos para a bomba são a morfina e a bupivacaína, um potente anestésico local, que poderão ser ajustados ao longo do tratamento conforme a necessidade.
"Para alguns medicamentos, o uso da bomba aumenta a potência dele em 300 vezes e reduz efeitos colaterais, reduz efeitos adversos, então uma terapia analgésica muito potente, porque ela entrega o remédio diretamente no sistema nervoso central, onde ele precisa agir".
Segundo o médico, será necessário esperar de três a quatro dias para ajustar a dosagem dos medicamentos, mas o alívio da dor deve começar a ser sentido em até 24h do procedimento
."Agora ela passa por um período de adaptação à bomba. A gente avalia diariamente e vai aumentando a dose de fusão conforme a resposta clínica. Ao contrário do neuroestimulador, a resposta ou falha terapêutica da bomba é mais imediata porque, quando a gente ajusta, em pouco tempo a dose já atinge ali o nível terapêutico desejado. O objetivo é que ela fique bem, né?"
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Jovem cogitou suicídio
assistido na Suíça
Carolina Arruda, de 27 anos, é natural de São Lourenço, no Sul de Minas, e mora em Bambuí, no Centro-Oeste.
Ela é estudante de medicina veterinária, casada há três anos e mãe de uma menina de 10 anos.
A jovem começou a sentir as dores aos 16 anos, quando estava grávida e se recuperava de dengue.
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Carolina Arruda tem 27 anos quer ser submetida à eutanásia na Suíça — Foto: Carolina Arruda/Divulgação
Carolina foi internada no dia 8 de julho na Santa Casa de Alfenas.
Nesta primeira internação, a estudante ficou no hospital durante duas semanas.
No dia 22 de julho, após receber uma alta temporária, ela relatou ter notado redução na frequência e duração das crises de dor.
A jovem voltou a ser internada na sexta-feira (26) para realizar os cuidados pré-operatórios referentes ao implante de eletrodos.
A cirurgia, realizada no sábado (27), foi considerada bem sucedida.
Os cuidados pós-operatórios envolvem usar um colar cervical e ficar sem falar por pelo menos cinco dias.