Gravidade da variante amazonense é desconhecida, mas não a ponto de invalidar vacinas |
Clarice Cardoso, do UOL Notícias |
Ao que tudo indica, as vacinas de Oxford e CoronaVac, que estão sendo avaliadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para possível imunização no Brasil, serão capazes de conter a nova variante do coronavírus que se desenvolveu na Amazônia. No último domingo, o Ministério da Saúde japonês notificou o Brasil sobre uma nova variante do novo coronavírus detectadas em quatro pacientes que estiveram no Amazonas pouco antes. Os dados dessa nova variante foram incluídos no bando de dados internacional e, quando estudados por cientistas da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) Amazônia, mostraram que as mutações, até então inéditas, têm origem no estado e podem constituir uma nova linhagem brasileira. A dúvida sobre a eficácia das vacinas surgiu porque a nova linhagem apresentou duas importantes mutações simultâneas na proteína Spike, responsável por ligar o vírus às células humanas. "O vírus muda mesmo. Já houve outras mutações em suas proteínas, mas não suficientes para impedir a resposta da vacina", explica Marco Antonio Cyrillo, diretor clínico do Instituto de Gastroenterologia de São Paulo. Para Ana Marinho, imunologista da Asbai (Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia), "todas as vacinas disponíveis em fase 3 e já aprovadas fora do Brasil têm como foco principal a proteína Spike". "O que precisamos agora é conhecer melhor essa variante: ela vai causar doença mais grave, aumentará a disseminação?", afirma. |
Fonte: UOL Press