Cidades do Sul de
Minas podem ter
aplicado doses
trocadas de vacinas
da Covid-19
Reportagem publicada pelo Jornal O Tempo apontou possíveis irregularidades; Prefeitura de Varginha admitiu pelo menos dois casos.
Vacinas trocadas
em 62 cidades
do Sul de Minas
Uma reportagem do Jornal O Tempo publicada no fim de semana apontou que algumas cidades do estado teriam aplicado doses trocadas das vacinas contra o coronavírus. Segundo a reportagem, isso teria ocorrido em pelo menos 62 cidades do Sul de Minas. O maior número de ocorrências estaria em Lavras e Varginha, com 200 e 43 registros. Uma família de Itajubá também denunciou a troca de vacinas em um idoso.
A Prefeitura de Varginha admitiu que pelo menos dois casos aconteceram, mas os demais são referentes a erros do sistema de registro. Já as prefeituras de Lavras e Itajubá negaram a troca de vacinas.
Conforme a reportagem, cerca de 2,5 mil pessoas teriam recebido, de maneira equivocada, doses de fabricantes diferentes do imunizante entre a 1ª e a 2ª aplicação, em 423 cidades do estado. Uma outra reportagem denunciou a possível aplicação de doses vencidas de vacina contra a Covid-19 no Sul de Minas.
De acordo com o protocolo do Plano Nacional de Imunização, o cidadão deve receber o imunizante disponível no momento da convocação por grupo de prioridade, independente do fabricante e sem a opção de escolha. Mas a segunda aplicação precisa obrigatoriamente ser da mesma marca, pois as vacinas são fabricadas com tecnologias distintas.
Cidades do Sul de Minas podem ter aplicado doses trocadas de vacinas da Covid-19 — Foto: Divulgação/Prefeitura de Peruíbe
O que dizem a SES-MG e o Ministério da Saúde
Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) informou que, até a última sexta-feira (23), havia recebido das prefeituras mineiras as notificações formais de 68 ocorrências de pessoas vacinadas com duas doses diferentes.
A secretaria afirmou que, em tese, a possível falta de notificações não deveria comprometer a oferta de imunizantes para as pessoas que necessitem refazer a aplicação com a dose correta, pois o Ministério da Saúde levaria esses casos em conta ao distribuir as novas remessas aos estados.
O Ministério da Saúde, no entanto, informa ter recebido somente 481 notificações em todo o Brasil até a semana passada e que agora cabe aos estados e municípios acompanhar esses pacientes por 30 dias.
O que dizem as prefeituras
Segundo a Prefeitura de Varginha, conforme informações fornecidas pelo Setor de Imunizações, foi constatada a ocorrência de apenas dois casos de erro de administração, que foram devidamente registrados. Ainda conforme a prefeitura, as pessoas foram comunicadas e a situação solucionada com nova dose de vacina.
Segundo a prefeitura, tal situação já foi comunicada à Superintendência Regional de Saúde e a orientação foi de realizar novo registro com o laboratório correto e, posteriormente, quando o sistema assim o permitir, excluir o registro equivocado.
Já a Prefeitura de Itajubá informou que o paciente recebeu a segunda dose da mesma fabricante da primeira, pois na ação daquele dia em específico, o município só dispunha de doses da Sinovac/Butantan para aplicação de segundas doses. Conforme a prefeitura, o caso tratou-se de uma troca de etiquetas pelo profissional que atendeu o paciente, sendo o ocorrido já esclarecido junto à família.
Pelas redes sociais, a Prefeitura de Lavras negou que qualquer pessoa possa ter sido vacinada com imunizantes de laboratórios diferentes no município. Segundo a prefeitura, no início da campanha de imunização, em janeiro, houve um erro de digitação referente a doses aplicadas apenas em profissionais de saúde, mas que os servidores da prefeitura foram informados que o sistema do governo não permitia alteração ou exclusão de dados registrados errados.
G1 Sul de Minas / Jornal O TEMPO