Brasil:Lula participa de congresso da UNE e promete mais universidades

O presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva participou, na noite de quinta-feira (13), em BrasĂ­lia, do 59Âș Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE).

Por Jornalista Alair de Almeida, Diretor e Editor do Jornal Região Sul em 14/07/2023 às 06:53:18

BrasĂ­lia (DF), 13/07/2023, O presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva participa do 59Âș Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE). O encontro teve a presença do ex-presidente do Uruguai Pepe Mujica. Foto: Valter Campanato/AgĂȘncia Brasil

Falando diante de uma plateia de milhares de jovens, Lula celebrou que o perfil social dos estudantes tenha mudado ao longo da Ășltima década, com o ingresso de pobres e negros nas universidades, especialmente a partir dos programas criados em seus governos anteriores.

"Aqui não tem apenas filho de gente rica, aqui tem filho de pedreiro, de empregada doméstica, aqui tem filho de metalĂșrgico, de quĂ­mico, de grĂĄfico. Aqui estĂĄ a filha e o filho do povo brasileiro, com a nossa cara".

Defesa da democracia

O presidente ainda fez uma defesa enfĂĄtica da democracia, citando as ameaças de ruptura do Ășltimo perĂ­odo. "HĂĄ muito pouco tempo, vocĂȘs conheceram o que é o fascismo, o nazismo, apenas em quatro anos. Como é que se pode destruir a democracia e as conquistas que a gente, às vezes, leva séculos para conquistar? Espero que tenhamos aprendido uma lição, a de que a democracia pode não ser a coisa mais perfeita que humanidade criou, mas não tem nada igual a ela. É na democracia que a gente pode viver a pluralidade, a diversidade, que a gente pode aplaudir, a gente pode vaiar, a gente pode gritar e a gente pode contestar. É na democracia que a gente vive a plenitude da manifestação do ser humano", afirmou.

Além de Lula, participaram do ato polĂ­tico o ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica, além de ministros do governo federal, incluindo o ministro da Educação, Camilo Santana. Em discurso, Mujica, que foi preso polĂ­tico por 14 anos na ditadura uruguaia, pediu aos estudantes que busquem a unidade para defender a democracia.

"Não cometam o erro do meu tempo. Quanto mais desunidos, mais dominados vamos estar. Portanto, estudar, não perder tempo, cuidar da democracia. A democracia não é perfeita, estĂĄ cheia de defeitos. Mas, até hoje, não encontramos nada melhor", disse. O ex-presidente do Uruguai também apelou para que os estudantes deem sustentação ao governo Lula frente aos desafios de gestão.

"Lula e grandioso, mas não é mago. Aos governos populares, não apenas se pede, mas se ajuda. Os obstĂĄculos que se tĂȘm adiante estão aĂ­ e não são simples. É fĂĄcil reclamar, mas é preciso comprometer-se", afirmou.

Novo Ensino Médio

Em vĂĄrios momentos durante o ato, os estudantes entoaram gritos para pedir a revogação da lei que instituiu o Novo Ensino Médio. Em seu discurso, o ministro da Educação, Camilo Santana, que chegou a ser vaiado e interrompido por parte dos estudantes, lembrou que o governo paralisou a implementação do novo modelo até que se defina eventuais mudanças.

"Eu suspendi a implantação do Novo Ensino Médio no Brasil. E nós abrimos uma ampla escuta para ouvir estudantes. Foram 150 mil estudantes que participaram. Nós ouvimos professores, entidades, secretĂĄrios", defendeu-se, ao fazer menção ao processo de consulta pĂșblica aberto pela pasta e que foi encerrado na semana passada.

A lei do Novo Ensino Médio foi aprovada em 2017, durante o governo do ex-presidente Michel Temer, com o objetivo de tornar a etapa mais atrativa e evitar que os estudantes abandonem os estudos.

Pelo modelo, parte das aulas deve ser comum a todos os estudantes do paĂ­s, direcionada pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Na outra parte da formação, os próprios alunos poderão escolher um itinerĂĄrio para aprofundar o aprendizado. Entre as opções, estĂĄ dar ĂȘnfase, por exemplo, às ĂĄreas de linguagens, matemĂĄtica, ciĂȘncias da natureza, ciĂȘncias humanas ou ao ensino técnico. A oferta de itinerĂĄrios, entretanto, vai depender da capacidade das redes de ensino e das escolas, o que tem sido um dos maiores desafios de implementação da nova etapa.

Em 2023, a implementação deveria seguir com o 1Âș e 2Âș anos e os itinerĂĄrios devem começar a ser implementados na maior parte das escolas, mas o cronograma foi suspenso pelo governo federal até que haja sistematização das propostas da consulta pĂșblica e eventuais ajustes na nova etapa de ensino.

A revogação do Novo Ensino Médio tem sido uma reivindicação de entidades do setor e de muitos especialistas. Apesar disso, o governo federal não cogitou revogar a medida por completo, mas fazer ajustes a partir dos resultados obtidos na consulta.

Fonte: AgĂȘncia Brasil e da Redação

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