Natural de Três Pontas (MG), Mariana Tana já soma três menções honrosas e 19 medalhas em olimpíadas de conhecimentos, sendo 8 ouros, 9 pratas e 2 de bronze. Entre os principais desafios encarados por ela estão Matemática, Física e Astronomia.
Ela embarca para a competição em agosto, quando acontecem as provas.
Brasileira de escola pública representa país em competição internacional: 'Mundo da ciência não é só para homens' — Foto: Arquivo Pessoal
Em entrevista ao g1, a jovem revela se sentir muito satisfeita em participar da competição que acontece do outro lado mundo e, ainda, ser parte dessa representatividade. Mesmo orgulhosa, ela teme um pouco pela responsabilidade do "cargo".
"Me sinto muito satisfeita por ser uma pessoa de escola pública e mulher participando. Fico muito feliz, mas também sinto uma responsabilidade em estar representando. Porém, gostaria que tivessem mais meninas e mais estudantes de escola pública participando [da competição]", disse.
Preparação para olimpíada
Mariana concilia as listas de exercícios para competições com os estudos do 3º ano do Técnico em Informática Integrado ao Ensino Médio no IF SUL DE MINAS, em Machado (MG).
"Costumo usar provas anteriores para estudar e praticar, e quando necessário uso sites e livros para ver teoria. Além disso, passei alguns dias no treinamento para preparar a equipe brasileira da comissão da seletiva, em que treinamos fazer provas, uso de telescópios e conhecimento de observação do céu e tivemos algumas aulas", contou ao g1.
Brasileira de escola pública representa país em competição internacional: 'Mundo da ciência não é só para homens' — Foto: Arquivo Pessoal
O anúncio oficial de quem faria parte da equipe brasileira foi divulgado no dia 17 de junho. Desde então, a rotina da jovem foi impactada. A estudante ressalta que precisou separar mais tempo para se dedicar aos estudos, principalmente na reta final.
Com isso, também passou a receber ainda mais suporte da família, dos professores e da escola, além da comissão da seletiva que tem preparado a equipe.
"Eu vejo todo o esforço, todo o empenho dela de horas e horas de estudo. Ela sempre foi assim com todos os outros títulos e medalhas que ela já conquistou. E essa conquista não foi por acaso, e sim por merecimento", se orgulha a mãe, Rosangela Naves.
Histórico e futuro de estudos
A primeira vez que a estudante mineira participou de uma olimpíada foi no 6º ano do Ensino Fundamental, porque a escola em que estudava estimulou e inscreveu os alunos.
Há dois anos, a estudante foi convidada a participar da seletiva para competições internacionais de Astronomia pela primeira vez. Mariana explica que além de inscrições, a seletiva sempre convida mulheres para participar do processo e, assim, manter a representatividade.
"Conforme fui estudando para isso, fui desenvolvendo mais interesse por astronomia e por física", disse Mariana. Depois disso, foi só sucesso na carreira acadêmica da sul-mineira.
Mariana Tana retornou ao Brasil com uma medalha de ouro no peito após a Olimpíada Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica, no Panamá, em 2022 — Foto: Arquivo Pessoal
Em 2019, levou o bronze na World TIME – Talent Invitational Mathamatics Examination, uma das maiores olimpíadas de matemática do mundo. Logo em 2022, conquistou ouro na Olimpíada Latinoamericana de Astronomia e Astronáutica (OLAA).
Agora, Mariana se prepara mesmo para ir até a Polônia representar o Brasil na 16ª Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica.
"Espero que consiga ir bem nas provas, que todo o preparo e estudo dê resultado, além disso, espero fazer amizade com os estudantes dos outros países e conhecer um pouco a Polônia".
"Acho que ver que ter uma mulher e alguém de escola pública lá, mostra que todos podem conseguir isso; que não é exclusivo para quem estuda em escolas caras e que esse mundo da ciência não é só para homens", finalizou a estudante selecionada.