"Operação Camaducaia" ganhou o prêmio de melhor documentário de direitos humanos do Festival de Filmes Independentes de Montreal, no Canadá. Documentário sobre operação militar ocorrida durante a ditadura em Camanducaia é premiado em festival internacional no CanadáArquivo Pessoal/Solange FernandesO documentário "Operação Camaducaia" ganhou o prêmio de melhor documentário de direitos humanos do Festival de Filmes Independentes de Montreal, no Canadá. A produção foi lançada em dezembro do ano passado e conta a história de 93 garotos presos em São Paulo e levados para Minas Gerais durante a ditatura militar.Para o diretor do documentário, Tiago Rezende de Toledo, ganhar o prêmio é uma forma de reconhecimento do trabalho realizado pela equipe e, principalmente, da coragem de quem contou a história. “Foi demais! Afinal, é meu primeiro longa-metragem e foram 10 anos de dedicação, nos quais, em muitos momentos não tinha certeza como seria concluído e se o tema ainda seria relevante. Ganhar esse prêmio é um reconhecimento para o trabalho de todos aqueles que apostaram no filme durante essa jornada e, sobretudo, para a coragem daqueles que contaram as suas histórias”, falou.O Festival de Filmes Independentes de Montreal é dedicado para filmes e roteiros canadenses e internacionais de todos os gêneros. Todos os meses o festival premia os melhores de cada categoria e os vencedores de abril foram divulgados no dia 29. Em agosto deste ano, a organização pretende reunir os premiados de cada mês para eleger o melhor do ano em cada categoria. "Eu acredito muito no potencial do filme, mas sinceramente já estou muito contente com o que conquistamos, pois já abre novas janelas de exibição". finalizou. Documentário Operação Camanducaia foi lançado em dezembro de 2020Felipe CamposOperação CamanducaiaO filme “Operação Camanducaia” conta sobre uma operação clandestina em 1974. Na ocasião, policiais de São Paulo (SP) prenderam 93 crianças e adolescentes acusados de pequenos delitos. Eles foram despidos, espancados e jogados em um barranco perto da cidade de Camanducaia.Apenas 41 deles apareceram na cidade na manhã seguinte, machucados, nus e esfomeados, invadindo bares e restaurantes à procura de roupas e comida. Os outros 52 jovens continuam até hoje com o paradeiro desconhecido.“É uma história muito chocante da época da ditadura que praticamente caiu no esquecimento. Então o filme tem essa missão de resgate histórico, mas, sobretudo de discussão sobre direitos humanos, infância e violência”, explicou Tiago Rezende de Toledo, diretor do filme.VÍDEOS: Veja tudo sobre o Sul de MinasVeja mais notícias da região no G1 Sul de Minas