Veja o que se sabe e o que falta saber sobre a ação da polícia que matou 26 integrantes de quadrilha de furtos a banco em Varginha

Quem Financia os assaltantes de Banco? De onde vêm as armas? Quem Chefia e coordena a logística?

Por Jornalista Alair de Almeida, Diretor e Editor do Jornal Região Sul em 01/11/2021 às 12:18:12
Operação conjunta da PM e da PRF ocorreu na madrugada de domingo (31) em Varginha (MG). Homens possuíam armamento "de guerra". Parte das armas utilizadas pelos integrantes da quadrilha de roubos a bancos motos em Varginha (MG)

Franco Junior/g1

A operação conjunta entre Polícia Militar e Polícia Rodoviária Federal, que contou com participação do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), matou 26 suspeitos de pertencerem a uma quadrilha roubos a bancos neste domingo (31) em Varginha (MG).

Ninguém foi preso na ação e, segundo as autoridades de segurança, os homens chegaram a ser socorridos com vida e morreram após receberem atendimento médico.

Suspeitos de roubos a bancos são mortos durante troca de tiros com PM, PRF e Bope em Varginha

Quadrilha interceptada com 26 mortos em MG tinha armamento 'de guerra'

Quadrilha tem relação com assaltos a bancos em outros estados, diz polícia

Integrantes da quadrilha fugiriam em carreta com fundo falso

"Domínio de cidades": entenda a modalidade de crime usada pela quadrilha morta pela polícia de MG

Caseiro que trabalhava em sítio em que estava quadrilha está entre os 26 mortos

Conforme a polícia, eles possuíam armamento de guerra e têm relação com crimes do mesmo tipo em outros estados. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, o plano da quadrilha era fugir em uma carreta com fundo falso após o ataque ao Centro de Distribuição de Valores do Banco do Brasil.

A quadrilha, também conhecida como "novo cangaço", tem como modo de agir o "domínio de cidades", com o uso de práticas que impedem que as forças de segurança possam reagir e também colocam em risco a população.

Veja o que se sabe sobre o caso:

Quadrilha teria participado de grandes assaltos no país

Quadrilha possuía armamento de guerra

Quadrilha pretendia agir com modo de "domínio de cidades"

Quadrilha tinha dois sítios alugados em pontos extremos de Varginha

Quadrilha fugiria em caminhão com fundo falso

Quadrilha teria participado de grandes assaltos no país

Quadrilha teria participado de grandes assaltos no país

Em coletiva de imprensa, ainda no domingo, a polícia confirmou que os homens mortos na ação contra a quadrilha especializada em assalto a bancos têm relação com crimes cometidos contra instituições financeiras em Uberaba (MG), Araçatuba (SP) e Criciúma (SC). O caseiro de um dos sítios alugados pelos integrantes do grupo, que também morreu na ação, teria participação direta no crime, segundo a polícia. No total, foram 26 mortes.

Quadrilha possuía armamento de guerra

Os integrantes da quadrilha surpreendida pala polícia possuía armamento de guerra. Os equipamentos foram apreendidos pelas forças policiais. Conforme a Polícia Militar, ao todo foram apreendidas 26 armas, dois adaptadores, 5.059 munições, 116 carregadores, capacetes à prova de balas, explosivos diversos, 12 coletes balísticos, sete rádios comunicadores, 12 galões de gasolina de 18 litros cada e quatro galões de diesel de 100 litros cada. Entre as armas, havia um ponto 50, além de fuzis e granadas. Pelo menos 12 veículos roubados que estavam com a quadrilha foram recuperados.

Armamento apreendido durante operação da PM e PRF que resultou na morte de 26 suspeitos de roubo a bancos em Varginha (MG)

Tarciso Silva/EPTV

Quadrilha pretendia agir com modo de "domínio de cidades"

O modo de agir dos integrantes da quadrilha de roubos a bancos mortos em Varginha é denominado como "domínio de cidades". Neste tipo de prática, os criminosos utilizam práticas para impedir que as forças de segurança possam reagir e também colocam em risco a população.

"O domínio de cidades seria uma evolução do "novo cangaço", seria uma forma mais violenta, com mais material empregado, mais efetivo por parte dos criminosos. Ou seja, onde ele teria que dominar a cidade impedindo uma reação imediata da força de segurança, onde ele teria tempo para concretizar a ação criminosa. Basicamente a diferença entre novo cangaço e domínio de cidades seria isso: a quantidade de agentes e esse ânimo em impedir qualquer reação por parte da força de segurança local", explicou o comandante do Bope, tenente-coronel Rodolfo César Morotti Fernandes.

Quadrilha tinha dois sítios alugados em pontos extremos de Varginha

Segundo a Polícia Rodoviária Federal, os confrontos com os homens ocorreram em dois sítios diferentes localizados em duas saídas da cidade. Os locais, conforme a PRF, foram alugados pelos integrantes da quadrilha. Um deles, segundo a PM, é um sítio na região do bairro rural da Flora para que os homens ficassem perto do Batalhão da PM.

Durante o confronto, em um dos sítios, os suspeitos atacaram as equipes da PRF e da PM, sendo que 18 criminosos morreram. Em uma segunda chácara, conforme a PRF, foi encontrada outra parte da quadrilha e neste local, após intensa troca de tiros, sete suspeitos morreram, além do caseiro que também teria participação na ação, conforme a polícia.

Quadrilha fugiria em caminhão com fundo falso

Os integrantes da quadrilha de roubos a bancos mortos em Varginha poderiam fugir em uma carreta com fundo falso apreendida pela Polícia Rodoviária Federal. A suspeita é da PRF, que localizou o veículo em Muzambinho; cidade cerca de 140 quilômetros de Varginha. .

"É um fator novo em relação à ação desses criminosos. É uma carreta, com compartimento secreto embaixo da carroceria, preparado para transportar diversas pessoas. Pode ajudar a polícia Judiciária nas investigações, porque uma das grandes dúvidas que aconteciam após as ações dessas quadrilhas era onde essas pessoas iam, ou onde saiam dos locais dos crimes, visto que muitas vezes eles incendiavam os veículos incendiados utilizados", destacou Aristides Júnior, chefe da comunicação da Polícia Rodoviária Federal em Minas Gerais.

Armamento apreendido durante operação da PM e PRF que resultou na morte de 25 suspeitos de roubo a bancos em Varginha (MG)

Tarciso Silva/EPTV

Veja o que falta saber sobre o caso:

Quem financia a quadrilha?

Quais os reais alvos dos bandidos?

Qual a identidade dos criminosos?

Quem financia a quadrilha?

Após a ação conjunta da PM e da PRF, a Polícia Civil agora investiga o caso. A delegada Fernanda Gonçalves de Rezende, durante a coletiva de imprensa realizada na tarde de domingo, destacou que não era possível entrar em detalhes para não afetar o curso das investigações.

Quais os reais alvos dos bandidos?

As investigações da Polícia Civil, iniciadas após a ação da PM e da PRF, devem levar ao ou aos reais alvos da quadrilha de roubos a bancos em Varginha. Durante a coletiva de imprensa de domingo, o comandante do 24º Batalhão da PM em Varginha, tenente-coronel Marcos Serpa de Oliveira, disse acreditar que a quadrilha se preparava para atacar um centro de distribuição de valores do Banco do Brasil na cidade.

Qual a identidade dos criminosos?

Outra pergunta que vai ser respondida pela Polícia Civil é em relação à identidade dos homens mortos em Varginha. Conforme divulgado durante coletiva de imprensa, cinco deles seriam de Uberaba (MG) e um de Brasília (DF). As localidades dos demais não foi divulgada até a última atualização desta reportagem, assim como a identidade de todos os homens.

Operação e confronto

A operação conjunta entre Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal e Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) resultou na morte de 26 suspeitos de pertencerem a uma quadrilha roubos a bancos neste domingo em Varginha. De acordo com a PM, os suspeitos seriam especialistas neste tipo de crime.

Operação policial desarticula quadrilha de roubo a bancos em Varginha

Segundo a Polícia Rodoviária Federal, os confrontos com os homens ocorreram em dois sítios diferentes localizados em duas saídas da cidade. Na primeira, os suspeitos atacaram as equipes da PRF e da PM, sendo que 18 criminosos morreram no local. Em uma segunda chácara, conforme a PRF, foi encontrada outra parte da quadrilha e neste local, após intensa troca de tiros, sete suspeitos morreram. A 26ª morte, do caseiro, foi confirmada só na manhã desta segunda-feira (1º).

Armamento apreendido durante operação da PM e PRF que resultou na morte de 26 suspeitos de roubo a bancos em Varginha (MG)

Tarciso Silva/EPTV

Ao todo foram apreendidas 26 armas, dois adaptadores, 5.059 munições, 116 carregadores, capacetes à prova de balas, explosivos diversos, 12 coletes balísticos, sete rádios comunicadores, 12 galões de gasolina de 18 litros cada e quatro galões de diesel de 100 litros cada. Entre as armas, havia um ponto 50, além de fuzis e granadas. Pelo menos 12 veículos roubados que estavam com a quadrilha foram recuperados.

A Polícia Militar de Varginha revelou que os suspeitos haviam alugado um sítio na região do bairro rural da Flora para ficarem perto do Batalhão da PM e assim realizarem a ação.

Ainda conforme o Bope, todos os suspeitos chegaram a ser socorridos com vida, mas não resistiram. Nenhum policial ou civil ficou ferido na ação.

Apuração sobre as mortes

A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais pediu uma apuração sobre as mortes. A deputada Andréia de Jesus (PSOL), presidente do colegiado, diz que vai acionar o Ministério Público e a Secretaria de Segurança Pública investigar o caso.

O Fórum Brasileiro de Segurança Pública também acredita que uma investigação deve ser feita para apurar a ação.

"A gente sempre lembra que o policial só é policial porque pode fazer o uso da força e essa força pode chegar a matar outra pessoa, mas isso não se faz desprovido de regras e limites, é preciso entender se nessa operação em Minas Gerais houve um abuso desse limite, ultrapassou-se esse limite para gerar 25 mortes. Como eu disse, é muito raro no Brasil que uma única operação policial tenha como resultado, além da grande apreensão de armas, a frustração de um crime como assalto a bancos como vem acontecendo Brasil afora, o resultado de 25 mortes. É preciso esforço do Ministério Público e das corregedorias das polícias investigar se houve ou não abuso ou houve ou não letalidade policial", disse o membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Ivan Marques.

Fonte: G1 Sul de Minas e Polícias Civil e Militar, BOPE PRF

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