O g1 Sul de Minas completa 10 anos nesta quinta- feira (9) e para comemorar a data traz nesta semana reportagens especiais sobre as transformações sofridas pela região nessa última década.
Extrema é uma das cidades que mais se desenvolveram na região na última década — Foto: Ricardo Q T Rodrigues/g1
"Isso na verdade nada mais é que o próprio dinamismo econômico. Quer dizer, você agora não depende mais de um único setor, de um tipo de atividade como era o café, que ainda é muito importante para a região, mas você vai diversificando essa economia. Então, tanto nos aspectos das indústrias propriamente ditas, mas dos serviços atrelados a essas indústrias, vai ocorrendo uma diversificação", afirma o economista da Unifal-MG, Fernando Batista Pereira.
Extrema é a cidade que mais representa o desenvolvimento nos últimos 10 anos no Sul de Minas. A pequena cidade que dobrou sua população entre os anos 2000 e 2020 já não é mais tão pequena assim e se prepara para ganhar mais 50 mil habitantes nos próximos 10 anos.
Em dezembro de 2019, Extrema se tornou oficialmente a maior economia do Sul de minas ao ultrapassar Pouso Alegre e assumir a liderança do ranking dos maiores PIB (Produto Interno Bruto) da região. Conforme os dados mais recentes do IBGE, a cidade tem hoje um PIB de R$ 10,1 bilhões, enquanto Pouso Alegre tem R$ 8,7 bilhões, Poços de Caldas (R$ 7,6 bilhões) e Varginha (R$ 6,2 bilhões).
Extrema dobrou população em 20 anos graças ao desenvolvimento econômico — Foto: Ricardo Q T Rodrigues/g1
"Outro dado importante quanto a isso. Extrema já é o 9º maior PIB de Minas Gerais, com PIB comparável em valores ao de Montes Claros, no Norte do estado, que tem uma população 10 vezes superior. Enfim, o Sul de Minas continua tendo um dinamismo econômico, mas houve uma mudança grande dentre esses maiores municípios economicamente falando", afirma o economista Fernando Batista Pereira.
Com distrito industrial às margens da Fernão Dias, Extrema se destaca pelo desenvolvimento no Sul de Minas — Foto: Ricardo Q T Rodrigues/g1
"O Sul de Minas já vinha se beneficiando disso há pelo menos 20, 30 anos. Essas economias vão crescendo e muitas vezes essas empresas vão vindo para locais próximos, mais baratos, em melhores condições e com ICMS mais barato. É uma cidade que está a cento e poucos quilômetros de Campinas, São Paulo, então você aproveita a proximidade dos grandes mercados consumidores e por outro lado, você vai produzir em esferas industriais e com serviços com custos mais baixos", afirma Fernando Batista.
'Bairro mais longe' de São Paulo
Extrema é hoje, conforme define a representante da Secretaria de Desenvolvimento de Extrema, Mônica Vieira, um "bairro mais longe" de São Paulo. Mas fora a localização, a representante destaca outros dois pontos que fazem a diferença para que a cidade tenha o destaque dos últimos anos: sequência de gestão e infraestrutura.
Indústrias fazem Extrema assumir a liderança do PIB no Sul de Minas — Foto: Ricardo Q T Rodrigues/g1
"Quando eu digo que um prefeito pode se reeleger, é porque ele tem quatro anos para entender a casa e quatro anos para fazer a execução. Quando eu digo que o meu prefeito está há 30 anos na prefeitura, o cenário muda. Nós temos sim política, diferente de politicagem, então a gente consegue fazer uma política onde a gente tem resultado", diz a representante.
Ainda conforme Mônica Vieira, outro fator fundamental é a infraestrutura. Quando a empresa demonstra o interesse de ir para a cidade, todos os departamentos da prefeitura trabalham para "desengessar" os procedimentos.
"Se a gestão entende que a empresa está beneficiando o bairro, ela leva a infraestrutura até a porta da empresa. Isso dá tranquilidade para o empreendedor, quando a gente leva o asfalto, a internet, a energia, a água, isso ajuda demais", diz ela.
"A gente cria a estratégia pra ele perceber se Extrema é o melhor caminho, a melhor opção, o local que ele vai ganhar dinheiro. Vir pra Extrema é pra ganhar dinheiro"
Outro ponto a ser levado em conta, e não menos importante, é o que Mônica chama de "a cereja do bolo": o incentivo fiscal que é dado pelo Estado para que essas empresas possam vir para Minas Gerais.