A visita começou com uma apresentação sobre a história da INB e o processo de descomissionamento, ou seja, de desativação da unidade. Representantes da sociedade civil puderam acompanhar a visita.

A visita foi feita após requerimento da deputada estadual Bella Gonçalves, do PSOL, que faz parte da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

"Estar acompanhando de perto esse problema de abandono de estruturas, que têm material tóxico, material radioativo, que tem extravasamento inclusive desse material para os córregos da região, que estão abastecendo a população de municípios importantes como Caldas e Poços de Caldas, pra gente estar ampliando a fiscalização, pro reconhecimento dos problemas estruturais, que a gente vê a olho nu, a gente se deparar com uma lagoa brilhante de tório, é algo assustador.

A gente se deparar com galpões de material radioativo que vieram de outras regiões de São Paulo e que foram abandonados aqui, é algo impactante", disse a deputada.

Essa estrutura armazena mais de 2,5 milhões de resíduos provenientes do tratamento de urânio que foi feito durante os 14 anos de operação da empresa.

Recentemente essa barragem foi classificada como nível 1 de emergência pela Agência Nacional de Mineração.

A INB negou a denúncia de que estaria recebendo mais material radioativo e afirmou que tem tomado medidas como estudos e algumas intervenções, para que as barragens D4 e a de rejeitos deixem a situação de emergência.

A visita também teve como objetivo verificar as condições de trabalho dos funcionários da empresa.

A comitiva esteve também nos galpões onde estão armazenadas mais de 12,5 mil toneladas de "torta 2", material radioativo que veio de outra unidade da empresa. Nesta semana, a INB terminou o processo para colocar o material em novos tambores.

No final do encontro, a deputada ainda falou sobre as ações que foram definidas durante a visita.

"Outro encaminhamento importante é a constituição de um grupo de trabalho, na Casa Civil, para acompanhar esse processo e garantir todo o orçamento para que esse descomissionamento aconteça.

A gente tem pela primeira vez em muito tempo um orçamento de R$ 140 milhões, algo em torno para o descomissionamento, mas é pouco, isso dá para fazer o estudo e algumas obras pontuais. É importante que haja um investimento forte, público, para que esse espaço aqui volte a ser seguro para a população", completou a deputada Bella Gonçalves.