PolĂ­cia abre inquĂ©rito para investigar injĂșria social em grupo de aplicativo de mensagens em Poços de Caldas, MG

Por Jornalista Alair de Almeida, Diretor e Editor do Jornal Região Sul em 15/06/2022 às 19:33:02
Jovem foi ofendida e teve comentĂĄrio sobre cabelo feito por mulher; esse é o segundo caso em menos de um mĂȘs registrado na cidade. PolĂ­cia abre inquérito para investigar injĂșria em aplicativo de mensagens, em Poços

A PolĂ­cia Civil de Poços de Caldas (MG) recebeu a segunda denĂșncia de injĂșria racial em menos de um mĂȘs. Desta vez os ataques foram feitos por uma rede social.

A discussão em um grupo no inĂ­cio do mĂȘs era sobre perfis falsos na internet. Jéssica Nuevo da Silva participava das discussões, mas um comentĂĄrio a deixou indignada. Uma mulher escreveu: "Quem sabe um creminho bom no cabelo que te odeia".

"Ela começou com ataques me chamando de burra, feia, até que ela pegou uma foto minha na minha rede social, printou essa foto e fez um comentĂĄrio bem racista perante o meu cabelo. E na hora isso remeteu a toda à luta que eu tenho, de coletividade, na luta racial", disse a técnica em segurança do trabalho Jéssica Nuevo da Silva.

PolĂ­cia Civil abre inquérito para investigar caso de injĂșria racial em Poços de Caldas

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A Jéssica diz que nos dias seguintes, a mulher apagou todos o comentĂĄrios que havia feito. Mas a ofensa ficou tempo suficiente no grupo da rede social para que ela pudesse printar a conversa e logo em seguinte registrar uma denĂșncia por injĂșria racial.

"No momento eu fiquei paralisada, mas no fim eu sabia como eu ia tomar providĂȘncia para que isso fosse punido", disse ela.

A Jéssica, que é integrante do Movimento Negro de Poços de Caldas, aguarda as investigações. A PolĂ­cia Civil jĂĄ abriu inquérito para apurar o caso.

"O fato principal no caso são as agressões de cunho racial proferidas contra a vĂ­tima, culminando aĂ­ em uma suposta injĂșria racial e também em injĂșria simples, tendo em vista outros adjetivos que são proferidos contra ela", disse o advogado de Jéssica, Gilberto Silva.

Este foi o segundo caso registrado em menos de um mĂȘs. Dias antes, uma prestadora de serviços também foi vĂ­tima de suposta injĂșria racial em uma agĂȘncia do Banco do Brasil. Priscila Cristina Martins afirma que uma mulher que trabalhava com ela no setor de limpeza teria dito que o chão estaria sujo, assim como a cor da pele dela.

PolĂ­cia abre inquérito para investigar injĂșria social em grupo de aplicativo de mensagens em Poços de Caldas

O caso gerou protestos. Em nota, o banco disse que as duas funcionĂĄrias são terceirizadas e que não compactua com atos como esse. Disse ainda que a funcionĂĄria foi afastada.

A empresa que contratou a mulher disse que apura o caso para tomar as medidas cabĂ­veis e que repudia quaisquer prĂĄticas de discriminação por racismo e desrespeito. O caso é investigado pela polĂ­cia.

A defesa da mulher suspeita do crime de injĂșria racial, que até então não havia se pronunciado, disse que a denĂșncia é infundada.

"É importantĂ­ssimo denunciar, a gente não pode deixar passar batido essas situações porque a honra da pessoa foi atingida, então tem que denunciar sim e por se tratar de crimes contra a honra, é uma ação penal privada, ela depende de representação, então em que haver a denĂșncia sim", disse o advogado Robson Santos Sousa.

A PolĂ­cia Civil informou que o inquérito jĂĄ foi aberto e que a suspeita serĂĄ ouvida e que todas as providĂȘncias legais cabĂ­veis estão sendo adotadas para elucidar os fatos.

Fonte: G1 Sul de Minas e PolĂ­cias Civil e Militar

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