Pais de alunos de creche onde funcionário morreu soterrado não queriam que eles voltassem às aulas em Muzambinho

Por Jornalista Alair de Almeida, Editor e Diretor Geral do Jornal Região Sul em 11/05/2023 às 15:57:07





Funcionário público morre soterrado após queda de muro em obra de creche da prefeitura em Muzambinho, MG — Foto: Bombeiros / arquivo pessoal

Funcionário público morre soterrado após queda de muro em obra de creche da prefeitura em Muzambinho, MG — Foto: Bombeiros / arquivo pessoal

O CEMEI Dona Sebastiana do Prado Campos, no bairro Brejo Alegre, estava fechado desde o ano passado depois que um muro de arrimo caiu atrás da creche. Desde então, os estudantes tiveram que terminar o ano letivo em um salão paroquial.

Mas no mês passado, a direção da creche informou que voltaria às aulas no dia 17 de abril, visto que as obras estavam adiantadas e não ofereciam riscos para crianças e funcionários.

Familiares de alunos que estudam na creche estavam preocupados com a falta de segurança no local.

"Esse comunicado dizia que a creche já estava apta a receber as crianças e que não oferecia risco nem para as crianças e funcionários. Eles retornam no dia 17, no dia 18 tem uma forte chuva e no dia 19 nós pais recebemos um vídeo de um engenheiro responsável notificando que a gente poderia ficar tranquilo, que lá não oferecia risco para os nossos filhos e que a situação estava controlada já com o início das obras. Então a gente achou que estava tranquilo, mas nós tínhamos nossas preocupações", disse a atendente Patrícia Aparecida da Silva.

Funcionário público morre soterrado após queda de muro em obra de creche da prefeitura em Muzambinho (MG) — Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros

Funcionário público morre soterrado após queda de muro em obra de creche da prefeitura em Muzambinho (MG) — Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros

A atendente disse ainda que mães pediram para que as crianças não voltassem a estudar no local, mas não foram atendidos.

"Eu não sei explicar o que a gente está sentindo, eu penso que poderia ter sido o meu filho, poderia ter sido o filho de qualquer uma que estava ali dentro, poderia ter sido um funcionário, mas infelizmente foi ele. Quatro mães que teve na reunião com a prefeita, com a vice-prefeita e vereadores, a gente pediu tanto que ali não era lugar deles, que eles deveriam voltar pra lá quando tudo tivesse pronto, a gente não foi ouvido", disse.

O funcionário público era casado e deixa dois filhos, de 7 e 21 anos.

"Minha irmã está desolada, não tenho palavras para explicar o quão grande está esse buraco no coração dela agora. Relataram pra gente que ele não tinha nenhum equipamento de segurança, nunca foi entregue a ele bota, roupa, capacete, nada, ele nunca trabalhou com nenhum tipo de equipamento de segurança. O muro tinha que ter sido escorado para os trabalhadores estarem trabalhando naquele nível que estava. A gente quer justiça, que aqueles que teriam sido responsáveis pela obra, mas foram irresponsáveis, que eles arquem com as consequências", disse a cunhada do funcionário público, a técnica de enfermagem Daniele Silveira Oliveira.

A creche está fechada e a prefeitura decretou luto de três dias.




Fonte: Da Redação, Alair de Almeida e G1 Sul de Minas

Comunicar erro
Fepi

Comentários

novato