Aliança de países do Brics: conheça os BENEFÍCIOS que podem ser gerados na economia

Argentina, Egito, Irã, Etiópia, Arábia Saudita e Emirados Árabes foram convidados para o bloco. Análises feitas ao g1 apontam que a China pode ser fortalecida e que o Brasil pode perder influência no grupo

Por Alair de Almeida, Editor e Diretor do Jornal Região Sul em 28/08/2023 às 18:30:45

Aliança de


países do Brics:


conheça os


BENEFÍCIOS que


podem ser gerados na economia

Lula (PT) participou do Fórum Empresarial do Brics, nesta terça (22) realizado em Joanesburgo, na África do Sul; Conheça os benefícios para economia



Antes do início das reuniões oficiais na Cúpula do Brics, Lula destacou, nesta terça-feira (22), que a iniciativa não tem o intuito de estabelecer uma contraposição aos outros blocos econômicos. Além disso, manifestou o desejo de discutir a possibilidade da criação de uma moeda compartilhada.

O Fórum Empresarial do Brics, no qual o chefe do executivo nacional participou, foi realizado em Joanesburgo, na África do Sul.

Durante a transmissão semanal da live "Conversa com o Presidente", Lula revelou seu interesse em promover a criação de uma moeda unificada dentro do Brics, com o propósito de reduzir a dependência do dólar nas transações comerciais.

Com o objetivo de fortalecer o bloco e propor a implementação de uma moeda conjunta, Lula também manifestou o desejo de consolidar o Novo Banco de Desenvolvimento do Brics, uma instituição formada pelos países Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.


Lula defende

entrada da Argentina

Juntamente com outras nações, o presidente do Brasil enfatizou o apoio à adesão da Argentina ao Brics. Ele destacou que não é possível discutir o desenvolvimento industrial do Brasil sem considerar o país vizinho, que enfrenta um cenário de crise econômica.

Durante a transmissão, Lula também abordou a questão das preocupações climáticas. Ele reiterou sua posição de que as nações mais desenvolvidas devem assumir a responsabilidade pelos impactos ambientais, como desmatamento e poluição, causados durante o período de industrialização.

No entanto, para alcançar isso, o presidente advoga pela criação de uma "governança global" eficaz, que, na sua opinião, não está atualmente presente nas estruturas da Organização das Nações Unidas (ONU).

O presidente Lula sustenta a proposta de incluir mais países, especialmente os demais membros do Brics, além da Rússia e da China, como membros permanentes no Conselho de Segurança da ONU.


Veja os benefícios


para a economia

  • Cooperação Econômica e Comercial - Os países membros do BRICS têm economias em crescimento e mercados consumidores significativos. A inclusão em tal grupo pode facilitar acordos comerciais e investimentos entre os países, levando a um aumento do comércio e das oportunidades de negócios;
  • Diversificação Econômica - A participação no BRICS pode oferecer aos países a oportunidade de diversificar suas economias, reduzindo a dependência de setores específicos e buscando novas áreas de crescimento, inovação e desenvolvimento;
  • Acesso a Recursos e Mercados - A inclusão em um bloco econômico como o BRICS pode permitir que os países tenham acesso a recursos e mercados de outros membros, criando oportunidades para expandir sua base de recursos naturais e explorar novas áreas de mercado;
  • Colaboração em Investimentos em Infraestrutura - O BRICS frequentemente colabora em projetos de infraestrutura, como energia, transporte e telecomunicações. A entrada de um novo membro pode resultar em parcerias para desenvolver projetos conjuntos que beneficiem a região na totalidade;
  • Cooperação em Política Internacional - A participação no BRICS pode permitir que os países coordenam posições em questões internacionais, fortalecendo a sua influência em fóruns globais e aumentando a sua voz em temas como comércio, segurança e mudanças climáticas;
  • Troca de Experiências e Melhores Práticas - A inclusão em um grupo diversificado como o BRICS pode proporcionar a oportunidade de trocar experiências e melhores práticas em áreas como educação, saúde, inovação e tecnologia;
  • Influência Geopolítica - Ser membro do BRICS pode conferir maior influência geopolítica em assuntos globais, permitindo que o país tenha uma voz mais proeminente em debates internacionais;
  • Desenvolvimento e Transferência de Tecnologia - Os países do BRICS muitas vezes colaboram em pesquisa, inovação e desenvolvimento tecnológico. A inclusão de novos membros pode promover a transferência de tecnologia e acelerar o progresso científico;
  • Acesso a Financiamento - O Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS oferece financiamento para projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável. A inclusão de um país pode proporcionar acesso a esse financiamento para impulsionar seu crescimento econômico;
  • Fortalecimento das Relações Bilaterais: Ao se juntar ao BRICS, um país pode fortalecer suas relações bilaterais com outros membros, o que pode resultar em colaborações mais próximas em diversas áreas, desde comércio até ciência e tecnologia.

  • Discutida há meses, a ampliação do número de membros do Brics foi oficializada nesta semana. O bloco, que reúne economias emergentes e do qual o Brasil faz parte, se prepara para sair de cinco para 11 integrantes. Especialistas ouvidos pelo g1 afirmam que, entre outros pontos, a decisão traz mais reflexos políticos do que econômicos.

    A expansão foi anunciada ao término da 15ª cúpula de líderes do bloco, na África do Sul. Brasil (B), Rússia (R), Índia (I), China (C) e África do Sul (S de South Africa) convidaram seis nações para o bloco:Argentina

    1. Argentina
    2. Egito
    3. Irã
    4. Etiópia
    5. Arábia Saudita
    6. e Emirados Árabes Unidos


    Um dos fundadores do bloco, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defende a ampliação do grupo. Para ele, a mudança ajuda a influenciar negociações com economias mais desenvolvidas, a exemplo dos Estados Unidos e de países da Europa.

    Na avaliação de especialistas, porém, o alargamento do Brics, com base nos países convidados, pode representar aumento da influência geopolítica da China, o que não assegura melhora no comércio exterior brasileiro.

    Confira a seguir, nesta reportagem, o que pode mudar com a ampliação do Brics:


    Redução


    do poder brasileiro

    Uma das primeiras consequências da expansão do bloco, de acordo com especialistas, deverá ser a perda de influência do Brasil em decisões no grupo.

    Isso porque, na prática, mais do que dobrar o número de participantes vai reduzir o peso individual de cada país nas discussões internas.

    "Para o Brasil, que sempre defendeu a importância do Sul Global, interessa que se amplie o Brics, apesar da perda de força interna. Quando você amplia o grupo [de cinco para 11 países], a força da voz do Brasil diminui", avalia Lia Valls Pereira, pesquisadora associada Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre).

    Segundo ela, a entrada do Irã, por exemplo, contempla a Rússia. Enquanto o Brasil patrocinou a adesão da Argentina, seu principal parceiro comercial na América do Sul.

    O presidente Lula em discurso na cúpula dos Brics, em Joanesburgo — Foto: James Oatway/Reuters

    O presidente Lula em discurso na cúpula dos Brics, em Joanesburgo — Foto: James Oatway/Reuters

    O pesquisador Renato de Almeida Vieira e Silva relembra que a diplomacia brasileira era contrária à expansão, em uma tentativa de assegurar o peso do país no bloco.

    Nos últimos meses, porém, o governo cedeu por desejar o apoio da China em uma eventual entrada definitiva no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

    "Vai exigir maior jogo de cintura participar de um grupo no qual alguns posicionamentos possam contrariar aquilo que o país defende nos demais fóruns internacionais, como questões ligados às liberdades individuais e democráticas, direitos humanos e sociais, costumes", diz o pesquisador.

    Influência chinesa

    Os presidentes Lula (Brasil) e Xi Jiping (China) em imagem de abril, durante viagem oficial de Lula a Pequim — Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República

    Os presidentes Lula (Brasil) e Xi Jiping (China) em imagem de abril, durante viagem oficial de Lula a Pequim — Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República

    Doutor em Relações Internacionais pela Universidade de Lisboa, Igor Lucena avalia que a China deseja liderar um bloco capaz de fazer o contraponto ao G7 — grupo reúne as principais economias do mundo.

    O ex-diplomata Paulo Roberto de Almeida afirma que a posição não favorece o Brasil.

    "O grupo Brics ganha em descoordenação, pois é evidente que não existem convergências automáticas entre eles. A China sempre foi o país preeminente, no BRIC, no BRICS e agora no BRICS+. O Brasil se revela caudatário de uma grande potência, que quer constituir um grupo antiocidental. Ou seja, o Brasil não ganha nada com isso", pontua.

    Renato de Almeida Vieira e Silva diz que a ampliação pode ser entendida como um indicador de maior pressão da China sobre os demais membros do Brics.

    "É possível que muitas das decisões que vierem a ser tomadas no grupo tenderão mais aos interesses de Pequim, o que pode não estar em linha com a política externa brasileira. O Brasil, de alguma maneira no formato original do Brics, servia de contraponto à China e Rússia em suas posições antiocidentais, o que, com a ampliação de países participantes, pode não se alinhar aos interesses e posições que o Brasil historicamente defende", afirma.

Fonte: Da Redação e Yahoo

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