Estado de emergĂȘncia por dengue Ă© "improviso", afirma especialista

A necessidade de decretar estado de emergĂȘncia devido a alta de casos de dengue mostra falta de ações para conter o avanço da doença na avaliação do consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia, Renato Grinbaum.

Por Jornalista Alair de Almeida, Diretor e Editor do Jornal Região Sul em 05/03/2024 às 20:51:11

A necessidade de decretar estado de emergĂȘncia devido a alta de casos de dengue mostra falta de ações para conter o avanço da doença, na avaliação do consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia, Renato Grinbaum.

"Eu entendo a emergĂȘncia como até um improviso, um improviso que é necessĂĄrio", disse ao comentar a medida tomada pelo governo de São Paulo nesta quinta-feira (5).

O governo estadual decretou estado de emergĂȘncia após os casos ultrapassarem a marca de 300 por grupo de 100 mil habitantes. A medida facilita acesso a recursos federais e agiliza processos voltados ao combate da dengue no estado.

"No emergencial não tem o que fazer, é o que sobra, é comprar sem licitação com todas as suas consequĂȘncias", critica o especialista.

Preparação

Segundo Grinbaum, desde setembro de 2023 havia indĂ­cios de clima propĂ­cio para uma grande proliferação do mosquito transmissor da doença.

"A própria imprensa divulgou em setembro e outubro que seria um verão quente e chuvoso. A gente não teve uma campanha preparatória, a gente teve as vigilâncias trabalhando", afirma.

Para além de investimentos estruturais, como ampliação do saneamento bĂĄsico, o infectologista destaca a necessidade de equipar as vigilâncias sanitĂĄrias, principalmente com pessoal, para que sejam feitos os trabalhos de busca e eliminação dos focos de reprodução dos mosquitos.

"A questão bĂĄsica é a eliminação de focos, que aĂ­ tem um trabalho de contratação de pessoal, de visitas domiciliares, todo um preparo que vocĂȘ não faz da noite para o dia, sem contar o próprio atendimento. É uma história que se repete no Brasil hĂĄ muito tempo", enumerou.

Durante o anĂșncio do estado de emergĂȘncia, o governo de São Paulo informou que pretende investir os recursos federais principalmente para aquisição de mĂĄquinas de nebulização, insumos e contratação de pessoal, de forma a ampliar a capacidade da rede de saĂșde.

A Secretaria Estadual de SaĂșde atualizou as orientações do sistema de distribuição de leitos hospitalares para que os pacientes com dengue tenham prioridade no atendimento de alta complexidade.

HĂĄ cerca de um mĂȘs, o governo estadual criou o Centro de Operações de EmergĂȘncias (COE) de combate ao Aedes aegypti, mosquito responsĂĄvel pela transmissão da dengue.

A primeira ação do grupo foi a liberação de R$ 200 milhões para as 645 prefeituras de São Paulo adotarem medidas para enfrentar os focos de reprodução do inseto.

"O monitoramento realizado pelo estado, desde o ano passado, apontava aumento expressivo no nĂșmero de casos e a antecipação dos registros em cerca de dois meses.

Esse trabalho permitiu que uma série de ações fosse tomada, evitando cenĂĄrios mais crĂ­ticos como os enfrentados pelos estados vizinhos", ressaltou o diretor do Instituto Butantan Esper KallĂĄs durante reunião do COE que anunciou o estado de emergĂȘncia.

Brasil

Os estados do Acre, Distrito Federal, GoiĂĄs, Rio de Janeiro, EspĂ­rito Santo e Santa Catarina também decretaram estado de emergĂȘncia devido à alta de casos de dengue. Em todo paĂ­s jĂĄ são 1,2 milhão de casos da doença, com 278 mortes confirmadas neste ano e 744 em investigação.

Fonte: AgĂȘncia Brasil e Da Redação

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