Aguapés "tomam" espelho d"água da Represa Bortolan em Poços de Caldas, MG

Por Marco Antônio Gomes de Carvalho em 09/01/2021 às 16:21:40
Excesso de plantas pode comprometer a oxigenação da água, atrapalhar a navegação e entupir encanamentos. Plantas aquáticas ameaçam serviços em Poços de Caldas

Grande parte do espelho d"água da Represa Bortolan em Poços de Caldas (MG) está tomada pelos aguapés. Moradores da região, comerciantes e autoridades estão preocupados com possíveis prejuízos causados pela proliferação descontrolada dessas plantas.

A jornalista Cloe Massa diz que todo ano é comum ver as plantas na represa mas não em tanta quantidade. “Parece a continuação do quintal. Não dá pra ver nada de água ali”, contou.

O comerciante Aparecido Damião teme que os pedalinhos que ele aluga para passeio, não consigam navegar no lago. “As pessoas que estão acostumadas a vir na represa, que frequentam nosso setor aqui, não estão acostumadas com esse visual. Não resta dúvida que, se daqui pra frente, continuar esse volume [que deve sim continuar], parte da represa vai ficar impraticável”, garantiu.

O Departamento Municipal de Eletricidade (DMAE) informou que as causas da proliferação descontrolada das plantas aquáticas se deve ao aumento do nível de fósforo e nitrogênio levados pelas chuvas para o lago.

Aguapés "tomam" espelho d"água da Represa Bortolan, em Poços de Caldas (MG)

Reprodução/EPTV

A bióloga do Jardim Botânico, Ângela Liberali Pinheiro, explicou que esse aumento dos aguapés causa prejuízos para pescadores e hidrelétricas. “Elas [as plantas] causam o entupimento de tubulações e impedem a navegação. Como as folhas das plantas são bem arredondadas e grandes, elas tampam o espelho d"água dos córregos e rios e isso impede a oxigenação dessa água. Isso pode matar os organismos que vivem naquele rio ou reservatório”, explicou.

Ângela disse também que essas plantas têm um lado positivo: Elas ajudam a purificar a água do lago. Mas, mesmo assim, ela defende um controle da espécie. “Seria um controle constante mesmo de observação e de retirada para deixar uma população enxuta”, garantiu.

O DMAE informou que interrompeu a geração de energia para aumentar o volume de água da represa Bortolan e fazer com que os aguapés saiam do local. Também afirmou que uma empresa foi contratada para identificar os pontos de contaminação que favorecem a proliferação das plantas.

Esses laudos devem sair em 30 dias. E, com eles em mãos, é que as decisões para o controle e redução dos aguapés serão tomadas.

VÍDEOS: Veja os vídeos mais assistidos do G1 Sul de Minas

Veja mais notícias da região no G1 Sul de Minas
Comunicar erro
Fepi

Comentários

novato