Com diabetes e câncer na garganta, idosa celebra vitória contra a Covid-19 em 2021:

Por Jornalista Alair de Almeida, Diretor e Editor do Jornal Região Sul em 31/12/2021 às 11:15:45
Dona Maria, natural de Seritinga, completou 84 anos. Ela venceu o coronavĂ­rus mesmo diante de outras doenças que jĂĄ vem lutando ano após ano. Com diabetes e câncer na garganta, Maria Guilhermina da Silva Landim venceu a Covid-19

Arquivo pessoal

Natural de Seritinga (MG), Maria Guilhermina da Silva Landim passou 23 dias internada devido a complicações da Covid-19, mas venceu a doença e celebrou em famĂ­lia seus 84 anos, completados neste mĂȘs de dezembro.

O Natal, data celebrada pelos Cristãos e que representa o nascimento de Jesus, foi ainda mais especial em 2021 para Maria Guilhermina da Silva Landim e sua famĂ­lia. Carinhosamente conhecida como Dona Maria e natural de Seritinga (MG), a idosa completou 84 anos, neste que pode ser conhecido como mais um ano vitorioso para ela. Isso porque Maria Guilhermina venceu a Covid-19, mesmo diante de outras doenças que jĂĄ vem lutando ano após ano.

Em uma batalha contra a Diabetes e após ter "vencido" um câncer na garganta, a idosa foi diagnosticada com Covid-19 no final do mĂȘs de fevereiro. Ela precisou ficar internada por 23 dias e ainda lutar contra sequelas que assombraram seus dias após a alta hospitalar.

"Quem dĂĄ o sofrimento é Deus, quem cura também é Ele. Não morri porque Deus não quis, mas que eu sofri muito, sofri. A doença é muito difĂ­cil. Tem remédios, os médicos, mas é Deus é quem cura. No meu coração tenho isso gravado, fui curada por Ele. Estive trĂȘs dias a perder a vida", contou Dona Maria em entrevista exclusiva ao g1 Sul de Minas.

Complicações após 11 partos

Maria Guilhermina é mãe de 11 filhos; deles, apenas os dois Ășltimos nasceram no hospital, sendo que os outros chegaram em casa. Embora os filhos sejam considerados uma benção para o casal, para a mulher é sempre mais desgastante. E a luta diĂĄria de sobrevivĂȘncia em meio a uma famĂ­lia grande, com poucos recursos, pressupõe esforços ainda maiores.

Os filhos contam que Dona Maria sempre foi uma mulher saudĂĄvel, totalmente dedicada à famĂ­lia. E, com o tempo, o caminhar dos dias e as superações das adversidades, sua saĂșde começou a apresentar fragilidades.

Maria Guilhermina da Silva Landim com a bisneta mais nova, nascida no dia 17 de dezembro

Arquivo pessoal

Após gerar os 11 bebĂȘs, Dona Maria teve complicações intrauterina e precisou passar por sua primeira cirurgia para retirada do Ăștero, devido a uma hemorragia que não evidenciava melhoras com o tratamento por medicamentos.

"Após esta cirurgia, minha mãe começou um ritual de idas e vindas a médicos. Tempos em tempos, numa frequĂȘncia curta, estava à procura de cuidados médicos. DaĂ­ surgiram as complicações de pressão alta, colesterol e obesidade, o que lhe acomete sofrimentos até então. Por ocasião da primeira cirurgia minha teve problemas pulmonares agravando com bronquite. Mas sempre assistida dentro das possibilidades familiares para que ficasse bem", conta uma das filhas da idosa, Mara Landim.

A descoberta do câncer

Após perder o marido em 2009 e se sentindo desconfortĂĄvel com um provĂĄvel resfriado, a famĂ­lia de Dona Maria a levou para um passeio na cidade de Varginha (MG). Foi lĂĄ que ela recebeu uma notĂ­cia que fez com que ela iniciasse mais uma caminhada de luta e força diante uma doença que assusta milhões de pessoas no mundo, o câncer.

"Fomos passear em Varginha com o intuito de oferecer uma mudança de ares, ver coisas diferentes e quem sabe dar ânimo àquele sentimento de desanimado. Como ela estava com uma queixa constante de incomodo pra engolir, com uma dificuldade para respirar a levamos na UPA pra avaliação medica. E, após exames simples, o médico nos informou de uma suspeita de um nódulo na garganta, o que estava, possivelmente, causando o desconforto ao engolir e respirar", explicou a filha Mara Landim.

Após o diagnóstico, Dona Maria foi encaminhada à especialistas de cabeça e pescoço. Assim, após consultas, exames e diagnósticos, a idosa começou uma luta para o tratamento da doença. Maria Guilhermina não precisou passar por cirurgias, pois o tratamento se mostrou eficaz após anos de luta contra o câncer.

"Começamos uma corrida contra o tempo. Graças a Deus muitas pessoas estenderam suas mãos para que minha mãe tivesse acesso rĂĄpido ao que precisasse. E assim concluindo o diagnostico oncológico sucedeu-se o tratamento; fez traqueostomia para melhorar a respiração, além de quimioterapia e radioterapia. Graças a Deus foi um sucesso", contou a filha da idosa.

"Estamos atentos pois sabemos que o câncer adormece e pode acordar. Junto com o câncer, ela jĂĄ tratava de diabetes, devido a obesidade. E suas idas e vindas ao médico tornaram uma constante em sua vida. Cada hora um problema", completou Mara Landim.

Maria Guilhermina da Silva Landim com a famĂ­lia

Arquivo pessoal

A Covid-19 e mais uma vitória

Como se não bastasse tantas doenças em sua vida, Dona Maria Guilhermina foi surpreendida, aos 83 anos, pela infecção da Covid-19, que aflora o Brasil desde o começo de 2020. Mesmo em quarentena, a idosa acabou diagnosticada com a doença e começou uma nova luta pela vida. Após crise de colite e diverticulite intestinal, ela foi internada no Hospital Doutor JĂșlio Sanderson, em Aiuruoca (MG), no final de fevereiro de 2021.

"Ficamos estarrecidos. Mesmo quieta dentro de casa minha mãe foi infectada. Como? Não sabemos. Suspeitamos de idas e vindas ao consultório médico em busca de alivio a cada problema de saĂșde que apresentava. Não bastasse a luta com o câncer, que ainda estava sendo acompanhado, testou positivo", contou a filha.

A idosa precisou ficar internada por 23 dias, passando por momentos angustiantes. Devido à pandemia, a famĂ­lia não podia vĂȘ-la e apenas um acompanhante teve que passar todos os dias ao lado dela.

"Vivemos momentos angustiantes. Não podĂ­amos vĂȘ-la. Não podĂ­amos trocar de acompanhante. Pois lhe foi permitido a presença de uma filha durante o tratamento. Minha mãe teve alta. Estado lastimĂĄvel. Saiu assistida por oxigĂȘnio que ficou por meses até que a saturação foi normalizando", completou a filha de Dona Maria.

A fé como base para superação

Foram dias de muita luta vividos por Maria Guilhermina. Mas, a idosa e a famĂ­lia mostram serem pessoas de muita fé, orantes. E, à Deus é que elas atribuem a cura de mais uma doença diante dos 84 anos vividos pela idosa.

Dona Maria continua em tratamento de fisioterapia e acompanhamento médico para atenuar os desacertos que a caminhada contra a doença deixou. Mas, ela se mostra com muita força e garra para continuar trilhando os caminhos que a foram confiados.

"E Deus foi muito misericordioso. Hoje dizemos: venceu mais uma batalha. Oramos muito. Recebemos muitas orações. Ainda sente a fraqueza que o vĂ­rus deixa, mas muito bem. Damos graças a Deus neste Natal, como nunca celebraremos o nascimento do Salvador, Aquele que traz sua luz para nos aquecer. É só crer, confiar e testemunhar; reconhecer os milagres que só Jesus pode fazer em nossas vidas. Gratidão imensa", encerrou Mara Landim.

Fonte: G1 Sul de Minas e Prefeitura Municipal

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