PolĂcia apreende em SP fuzis, pistolas e munições que seriam do bando; suspeito é preso
Na denĂșncia, o MPF confirma que por meio de explosivos, os criminosos conseguiram acesso aos cofres do banco, de onde subtraĂram dinheiro e joias. No entanto, questionado pelo g1, o MPF disse não ter a informação de qual o valor foi levado da agĂȘncia, o que também não foi informado pela Caixa e pela PolĂcia Militar.
O Ministério PĂșblico Federal também associa o ataque ao "novo cangaço", ação criminosa em que, de modo conjunto e coordenado, dezenas de pessoas usando aparato bélico sitiam cidades inteiras, atacando forças de segurança e roubando veĂculos particulares, enquanto outra parte do bando arromba e explode agĂȘncias bancĂĄrias.
Redes sociais - Detalhes do ataqueA denĂșncia do Ministério PĂșblico Federal relata que o assalto foi executado com extrema violĂȘncia, mediante uso de armas de fogo de diversos calibres, incĂȘndios, explosões e fugas em alta velocidade.
Os primeiros atos criminosos da noite foram praticados contra dois moradores. Por volta das 23 horas, um Voyage onde estavam um casal de namorados foi emparelhado por outro veĂculo, um T- Cross, de onde desceram trĂȘs indivĂduos encapuzados e armados, os quais obrigaram as vĂtimas a descerem e correrem do local.
Vinte minutos depois, em um local próximo àquele, outros quatro indivĂduos, também com uso de arma de fogo, roubaram um Ecosport, cujo proprietĂĄrio, foi abordado em circunstâncias semelhantes às do primeiro roubo.
PolĂcia Civil paulista apreende armas, coletes, capacetes e munições que teriam sido usadas por criminosos em ataque a banco em ItajubĂĄ (MG)
Divulgação/PolĂcia Civil de SPEm seguida, os criminosos conduziram esses dois veĂculos para a entrada do 56Âș Batalhão da PolĂcia Militar, posicionando-os de forma a impedir a saĂda dos policiais, derramaram gasolina e botaram fogo, incendiando o Voyage.
O MPF relata que, armados de fuzis, enquanto alguns criminosos ateavam fogo nos veĂculos, seus comparsas efetuavam dezenas de disparos contra o prédio da PolĂcia Militar, destruindo uma porta de vidro e danificando vidros de janelas, aparelho de ar condicionado e duas viaturas, uma da polĂcia e outra do Corpo de Bombeiros.
Tiros para o alto e na vizinhança
Enquanto isso, os outros integrantes da quadrilha estavam na agĂȘncia da Caixa Econômica Federal, onde, por meio de explosivos, conseguiram acesso aos cofres do banco, de onde subtraĂram dinheiro e joias.
A denĂșncia relata que, durante o roubo, os criminosos efetuaram inĂșmeros disparos de armas de fogo para o alto e também contra imóveis vizinhos, com o intuito de aterrorizar e intimidar eventuais testemunhas. Na agĂȘncia, foram encontrados cartuchos e cĂĄpsulas de armas de fogo, entre elas, fuzis de uso restrito e até o projétil de uma arma que só é utilizada em guerras.
Moradores registram ataque de
assaltantes a agĂȘncia bancĂĄria
em ItajubĂĄ (MG)
Além disso, segundo o MPF, a quantidade de material explosivo instalado pelos criminosos na agĂȘncia era tão grande e perigosa, que o Esquadrão Antibombas demorou mais de 17 horas para localizar, manipular e neutralizar tais artefatos.
A minuciosa preparação para o roubo ficou evidenciada não só no material que levaram para a ação, como nos próprios veĂculos utilizados pelos criminosos: a maioria era de carros blindados e alguns foram modificados na estrutura e/ou nos vidros.
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A denĂșncia relata que os criminosos retiraram os bancos dos veĂculos, o que permitiu maior mobilidade interna e capacidade de transporte de armas, combustĂveis e materiais. Foram feitos orifĂcios nos vidros das janelas, por onde os criminosos atiravam sem a necessidade de abrir as portas ou descer dos veĂculos.
Fuga do bando
Após o roubo, o bando se dividiu e fugiu por estradas rurais dos municĂpios vizinhos a ItajubĂĄ. Em duas oportunidades, ao se depararem com os bloqueios da PolĂcia Militar, os envolvidos não hesitaram em atirar, atingindo trĂȘs policiais, que só não vieram a falecer, porque foram imediatamente socorridos.
Todos os criminosos conseguiram fugir do cerco policial, à exceção do denunciado. Naquela madrugada de 23 de junho, ele foi abordado pela PM numa estrada vicinal entre os municĂpios de CambuĂ (MG) e Consolação (MG), e, diante das perguntas sobre o motivo de estar àquela hora naquele local, apresentou respostas contraditórias e pouco convincentes, acabando por confessar sua participação no roubo.
Posteriormente, as investigações demonstraram que o homem participou ativamente não só da execução, como dos atos preparatórios da ação criminosa, seja alugando o veĂculo que estava conduzindo no momento da sua prisão em flagrante, seja emprestando seu próprio carro para a empreitada.
Ele também compareceu em dias anteriores a ItajubĂĄ, acompanhado de seus comparsas, para conhecer o local e estabelecer as rotas de entrada, bloqueios e fuga.
No dia da ação propriamente dita, ele atuou principalmente como "batedor", dirigindo à frente dos outros veĂculos, para verificar eventuais barreiras policiais.
Segundo o MPF, As investigações
continuam quanto aos outros
participantes da ação criminosa.
Feridos e armamento apreendidoConforme informações divulgadas pelas autoridades, quatro policiais militares e um morador ficaram feridos durante a ação do bando criminoso em ItajubĂĄ. O ferido, o estudante Breno Augusto Camargo dos Santos, morreu no dia 3 de julho em Paraibuna, no interior de São Paulo. Segundo a famĂlia, ele sofreu um infarto.
Estudante baleado durante
ataque a banco em ItajubĂĄ
morre no interior de SP
Divulgação/Unifei
TrĂȘs dias após o ataque, a PolĂcia Civil prendeu um homem em São Paulo suspeito de guardar as armas utilizadas pelo grupo.
Na casa em que o homem foi preso, foram encontrados trĂȘs fuzis, uma espingarda, uma pistola, um seletor de rajadas (dispositivo que dĂĄ precisão aos tiros), muita munição, coletes à prova de bala e capacetes, além de dois explosivos que foram detonados no fundo da delegacia por policiais de um grupo de elite da corporação.