Villas Boas lembrou que os idosos são considerados grupo de risco para agravos decorrentes da infecção pela dengue. O maior nĂșmero de óbitos, segundo o geriatra, acontece exatamente nessa faixa etĂĄria.
Dados da Secretaria de SaĂșde do Rio Grande do Sul, por exemplo, mostram que, no ano passado, das 11 mortes registradas pela doença, oito foram em pessoas com mais de 60 anos.
Em 2022, 79% dos óbitos provocados pela dengue no estado também foram entre idosos.
"A gente sabe que os indivĂduos idosos são portadores de doenças crônicas como hipertensão, diabetes, doença do coração.
Muitos tĂȘm estado em imunossupressão, ou seja, quebra da imunidade. E esses são fatores de risco para complicações da infecção pela dengue.
Por isso, acredito que a médio prazo, ou mesmo a curto prazo, teremos dados cientificamente robustos que indiquem a vacinação contra a dengue para essa população."
O geriatra reforçou que não hĂĄ risco iminente para idosos que, com a prescrição médica em mãos, recebem a vacina contra a dengue, mas destacou aspectos considerados importantes quando o assunto é a imunização de pessoas com mais de 60 anos, como um estado de perda de imunidade normal da idade, chamado imunossenescĂȘncia, e a tomada de medicações que podem aumentar a imunodeficiĂȘncia, como o uso crônico de corticoides e outros tratamento especĂficos.
"Se eventualmente esse indivĂduo idoso desejar ser vacinado, é importante que ele converse muito bem com o médico que irĂĄ prescrever a vacina.
Um bom contexto de saĂșde desse indivĂduo idoso, para que ele possa receber a vacina com total segurança.
A gente tem que lembrar que a Qdenga é uma vacina com vĂrus atenuado e não com vĂrus morto.
Se o indivĂduo estiver com a imunidade mais baixa, pode ter uma resposta ou reação vacinal maior, desenvolvendo efeitos colaterais inerentes à vacinação, como mal-estar geral e febre.
Não vai desenvolver um quadro de dengue clĂĄssico. Mas pode ter uma série de efeitos colaterais, descritos na própria bula da vacina."
Na ausĂȘncia de uma dose contra a dengue formalmente indicada para idosos, Villas Boas ressaltou que a prevenção da doença nessa faixa etĂĄria deve ser feita por meio dos cuidados jĂĄ amplamente divulgados para o combate ao mosquito Aedes aegypti: impedir o acĂșmulo de ĂĄgua parada; usar repelentes sobretudo pela manhã e no final da tarde, horĂĄrios de maior circulação do Aedes aegypti; e utilizar roupas de manga longa e em tons mais claros.
Medidas de proteção individual para evitar picadas de mosquitos. Foto: Arte/EBC - Arte/EBC"A prevenção da dengue para a população idosa é idĂȘntica à prevenção da população em geral.
Não hĂĄ nada especĂfico. São aquelas orientações que a gente cansa de ouvir e cansa de ver que as pessoas não fazem", disse. "Tudo o que possa evitar o indivĂduo de ser picado contribui", concluiu.
Fonte: AgĂȘncia Brasil e da Redação