Caso Pavesi: Julgamento de mĂ©dico acusado por morte e retirada ilegal de órgãos Ă© adiado para fevereiro

Por Jornalista Alair de Almeida, Diretor e Editor do Jornal Região Sul em 26/10/2021 às 13:45:39
Julgamento de Álvaro Ianhez estava marcado para acontecer nesta quarta-feira (27) em Belo Horizonte. Paulinho Pavesi morreu aos 10 anos após cair, passar por cirurgia e ter os órgãos removidos

Paulo Pavesi/ Arquivo Pessoal

O julgamento de um dos médicos acusados pela morte e retirada ilegal de órgãos do menino Paulo Veronesi Pavesi, em abril de 2000, em Poços de Caldas (MG), foi adiado para fevereiro do ano que vem. O julgamento de Álvaro Ianhez estava marcado para acontecer nesta quarta-feira (27) em Belo Horizonte.

Segundo informações do 1Âș Tribunal do JĂșri do Fórum Lafayette, o médico dispensou os oito advogados que trabalhavam em sua defesa e agora serĂĄ intimado para constituir novos advogados em 10 dias. Caso isso não aconteça, ele serĂĄ assistido pela Defensoria PĂșblica.

Ainda conforme o tribunal, o processo de Álvaro, denunciado pelo Ministério PĂșblico como chefe de um esquema de trĂĄfico de órgãos, foi desmembrado dos outros médicos acusados devido a um agravo que deveria ser julgado.

Em janeiro deste ano, outros dois médicos, José Luiz Gomes da Silva e José Luiz Bonfitto, foram condenados a 25 anos de prisão. JĂĄ Marcos Alexandre Pacheco da Fonseca foi absolvido pelo jĂșri.

Outros trĂȘs médicos acusados de participação no caso, Sérgio Poli Gaspar, Celso Roberto Frasson Scafi e ClĂĄudio Rogério Carneiro Fernandes, chegaram a ser condenados em 1ÂȘ instância em 2014 por participação no caso, mas a sentença foi anulada pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais em maio de 2016 e o processo retornou para Poços de Caldas. Eles não foram a jĂșri popular.

Caso Pavesi

O caso Pavesi teve como inĂ­cio o ano 2000, quando os médicos José Luis Gomes da Silva, José Luis Bonfitto, Marco Alexandre Pacheco da Fonseca e Álvaro Ianhez foram denunciados pelo Ministério PĂșblico por homicĂ­dio qualificado de Paulo Veronesi Pavesi, que na época tinha 10 anos.

Conforme a Justiça, os quatro médicos teriam sido responsĂĄveis por procedimentos incorretos na morte e remoção de órgãos do garoto, após ele cair de uma altura de 10 metros no prédio onde morava. O exame que apontou a morte cerebral teria sido forjado e o garoto ainda estaria vivo no momento da retirada dos órgãos.

Na decisão que marcou a data do julgamento, o ministro Ribeiro Dantas explicou que não hĂĄ controvérsia a respeito dos fatos denunciados e reconhecidos na sentença que foi anulada pelo TJMG, pois, tanto para o Ministério PĂșblico de Minas Gerais (MPMG) quanto para as instâncias ordinĂĄrias, os médicos removeram os órgãos da vĂ­tima, causando-lhe dolosamente a morte como consequĂȘncia.

Os quatro negam qualquer irregularidade, tanto nos exames, quanto nos transplantes aos quais o garoto foi submetido. O caso foi desmembrado e transferido de Poços de Caldas para Belo Horizonte em agosto de 2014, a pedido do Ministério PĂșblico, para evitar a influĂȘncia econômica e social dos médicos sobre os jurados.

O jĂșri popular desses quatro médicos aconteceria no dia 6 de abril de 2016 em Belo Horizonte, mas foi suspenso.

Sentença anulada de outros trĂȘs médicos envolvidos

Outros trĂȘs médicos acusados de participação no caso, Sérgio Poli Gaspar, Celso Roberto Frasson Scafi e ClĂĄudio Rogério Carneiro Fernandes, chegaram a ser condenados em 1ÂȘ instância em 2014 por participação no caso, mas a sentença foi anulada pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais em maio de 2016 e o processo retornou para Poços de Caldas.

Os trĂȘs médicos foram condenados em janeiro de 2014 a penas que variam de 14 a 18 anos de prisão em regime fechado por participação no caso. Eles não foram a jĂșri popular.

Os médicos Celso Roberto Frasson Scafi e ClĂĄudio Rogério Carneiro Fernandes chegaram a ficar presos por 30 dias e ganharam na Justiça o direito de recorrer da sentença em liberdade. JĂĄ Sérgio Poli Gaspar ficou foragido por um mĂȘs e após se entregar passou apenas um dia preso. Ele também poderia recorrer em liberdade.

Fonte: G1 Sul de Minas e PolĂ­cias Civil e Militar

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