Além de deputados, a visita também reuniu prefeitos, vereadores, representantes do Ministério Público Federal, do Sindicato dos Trabalhadores da INB e de vários outros órgãos.

"Nós queremos que a nova gestão da INB se comprometa em investir recursos no projeto de descomissionamento desta mina aqui. É uma mina que está parada há muitos anos e é importante que haja uma aplicação de recursos que garanta uma neutralidade desses rejeitos que estão depositados no entorno de Poços de Caldas", disse o deputado federal Odair Cunha (PT).

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"É como uma força-tarefa para gente exigir da empresa total transparência e segurança para os trabalhadores, para a sociedade, para a comunidade e o meio ambiente", disse o deputado federal Padre João (PT).

A visita acontece um dia após a publicação do parecer técnico da Agência Nacional de Mineração (ANM), que fiscalizou a empresa no mês passado.

O documento trouxe uma novidade: uma das bacias, chamada "Nestor Figueiredo", também foi considerada barragem de mineração. Agora, a INB terá que cadastrá-la no sistema da ANM.

Em relação à D4, que antes não era considerada barragem, foram feitas cinco exigências. Uma delas é a criação do plano de segurança da estrutura com plano de ação de emergência.

"Com a vinda oficial da Câmara de Deputados aqui para a INB, a gente gera a possibilidade real de delimitar a partir de agora, um acompanhamento da sociedade, tanto do Poder Executivo, Legislativo, como deputados e sociedade civil, um acompanhamento do descomissionamento da unidade de Caldas e com isso enterrar de vez qualquer possibilidade de vinda de novos materiais radioativos para este sítio", disse o vereador de Caldas, Daniel Tygel (PT).

A INB foi a primeira unidade de mineração e beneficiamento de urânio do país. Há 18 anos, as atividades da indústria foram suspensas. Desde então, existe a discussão de como desativar toda a estrutura e recuperar as áreas degradadas.

Integrantes da Articulação Antinuclear Brasileira, contrários à energia nuclear, protestaram nesta sexta-feira (14) em frente à sede da empresa.

Eles são contra a vinda de mais lixo radioativo para Caldas. Eles também pedem mais transparência, principalmente em relação ao processo de desativação da empresa.

"Hoje a gente entende que para desarmar essa bomba relógio que está montada aqui desde a década de 1990, na verdade de 80, a gente precisa é que sejam tomadas as ações efetivas para o descomissionamento da área e que não se permita de forma alguma a vinda de mais lixo radioativo pra cá. Aqui já está saturado, o que precisa fazer é recuperar essa área, resgatar essa área, para que a população do planalto de Poços possa deitar a cabeça no travesseiro e dormir em paz e com segurança", disse a integrante da Articulação Antinuclear Brasileira, Silvana Torquato.

A INB confirmou ainda que a Bacia Nelson Figueiredo passou a ser classificada como barragem de mineração e disse que seu nível de emergência será estabelecido após cadastro no sistema da ANM.