Diante da recusa do Comando da PM, Polícia Federal vai intimar envolvidos na operação com 26 mortes em Varginha de novo

Por Jornalista Alair de Almeida, Diretor e Editor do Jornal Região Sul em 22/06/2022 às 16:13:52

Diante da


recusa do


Comando da PM,


Polícia Federal vai


intimar envolvidos na


operação com 26 mortes


em Varginha de novo

As oitivas começariam na segunda-feira (20), na sede da Superintendência em Belo Horizonte, mas ninguém compareceu. Na próxima sexta-feira (24), 28 policiais rodoviários federais foram intimados para depor. PM de Minas impede que policiais prestem depoimento para esclarecer morte de 26 suspeitos


Varginha
Pelo terceiro dia seguido, nenhum dos 22 policiais militares intimados pela Polícia Federal (PF) compareceu para prestar depoimentos na investigação sobre a morte de 26 suspeitos de envolvimento em roubo a bancos, em Varginha.

A operação aconteceu no dia 31 de outubro de 2021. Participaram homens da PMMG, incluindo do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), e Polícia Rodoviária Federal (PRF). Na ocasião, nenhum policial ficou ferido.

Diante da negativa do Comando-Geral da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) de liberar esses militares para deporem, a PF vai intimar novamente todos eles.


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Coronel Rodrigo Sousa Rodrigues, Comandante Geral da PM de Minas

Segundo informações obtidas junto à PF, os militares, na condição de investigados, têm direito a comparecer ou não, e mesmo de permanecer em silêncio perante os investigadores. Mas o Comando-Geral não pode impedi-los de comparecer, caso queiram.

Na próxima sexta-feira (24) são esperados os depoimentos de policiais rodoviários federais envolvidos na operação. Ao todo, 28 foram intimados.

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Investigações

Ao todo, 22 policiais militares foram intimados para prestar depoimentos, dentre eles o Comandante do Bope à época dos fatos. A oitivas começariam na última segunda-feira (20), na Superintendência da PF, em Belo Horizonte.

O inquérito tramita na Justiça Federal de Varginha e apura se houve excesso na atuação de todos os policiais envolvidos. Eles seriam inquiridos na condição de investigados.

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Procurada para se posicionar, a Polícia Militar disse, na última segunda-feira (22), que, "conforme previsto no artigo 144, paragrafo 4º da Constituição Federal de 1.988, combinado com os artigos 7º,h e 9º do decreto Lei 1.002, de 1969 (Código de Processo Penal Militar Estadual) a apuração da conduta dos militares é de competência da Policia Judiciária Militar e não da Polícia Federal".


A PM não se posicionou de novo

desde então.


Policiais foram chamados de heróis

Na época, a Polícia Rodoviária Federal explicou que os confrontos com os homens teriam ocorrido em duas abordagens diferentes. Na primeira, os suspeitos atacaram as equipes da PRF e da PM, sendo que 18 criminosos morreram no local. Já numa segunda chácara foi encontrada outra parte da quadrilha e, neste local, após intensa troca de tiros, oito suspeitos morreram.

Suspeitos de quadrilha

de assalto a bancos se

dividiram em dois sítios

em Varginha


Identificados 22 dos mortos em operação de Varginha, metade deles do Triângulo | O TEMPO

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A capitão Layla Brunnela, da PM, destacou, na época, o fato de nenhum militar ter morrido durante a operação. "Entraram em confronto com os nossos policiais militares e tiveram a resposta devida.

A gente quer evitar a todo momento confronto, não vamos aqui comemorar nenhuma morte, isso não é intenção da Polícia Militar de Minas Gerais nem da Polícia Rodoviária Federal, mas sim, uma ação precisa da nossa inteligência, trabalho conjunto da inteligência da PRF.

Ações como essa sempre serão pautadas pela legalidade, a gente só fez aqui responder à altura aquele risco que nossos policiais sofreram", disse.


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Também na época, os policiais foram elogiados e chamados de heróis pelo governador Romeu Zema (Novo). Por outro lado, especialistas apontavam falta de transparência e cobravam investigação da conduta dos profissionais.

"Operação bem-sucedida é quando não morre ninguém, é quando você tem todo mundo preso, afinal, a gente não tem pena de morte no Brasil. O fato de essas pessoas serem criminosas não justifica a morte delas. Essa é uma das operações mais chocantes em razão dessa elevada letalidade", disse, por exemplo, pesquisadora do Crisp e professora da UFMG, Ludmila Ribeiro.

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Durante as duas abordagens, foram recuperados explosivos, armas longas ponto 50 e 10 fuzis, além de outras armas, munições, granadas, coletes, miguelitos e 10 veículos roubados.

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Fonte: G1 Sul de Minas e Polícias Militar e PRF X Judiciário

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