EPTV na Praia: produtor rural deixa interior de SP para criar mexilhões em Caraguatatuba

Por Jornalista Alair de Almeida, Diretor e Editor do Jornal Região Sul em 10/01/2023 às 13:48:34
Ex-morador de Atibaia, José Seiki Osera vive desde 1987 na cidade litorânea. Apesar da saudade, ele revela o amor pela praia: 'mar é vida, é paixão'. 'EPTV na Praia': veja a visita da equipe à praia de Massaguaçu, em Caraguatatuba

O produtor rural José Seiki Osera deixou o interior de São Paulo, onde produzia morango e milho em Atibaia (SP), para viver o sonho de morar no litoral. Apesar da mudança brusca no estilo de vida, Osera até que não está tão distante da antiga profissão, já que atua em uma "fazenda" de mexilhões.

Osera deixou Atibaia em 1987 para estar mais perto do oceano. Ao falar sobre a mudança, é categórico. "Mar é vida, é paixão".

Apesar de não se arrepender, também não esconde a saudade. "Saudade pega a gente. Fiquei até emocionado porque estou com saudade de lá. Viemos para cá porque era um sonho. Gostava muito do mar e resolvemos viver aqui como pescador".

No encontro com a equipe do EPTV na Praia, Osera resumiu como cria os mexilhões. A rotina exige acordar cedo e um manejo apurado dos moluscos marinhos. "Hoje, comecei umas 4h30 e para o mexilhão vai até em torno de meio-dia, 14h".

José Seiki Osera é produtor de mexilhões em Caraguatatuba

"Ele [mexilhão] fica fixo na corda, eu retiro e venho aqui e faço um processo de limpeza. Sobra cracas, as próprias garras que incomodam na hora de consumir. Aí tira tudo, deixa limpinho, volta para tirar a areia e está pronto para consumir", completou.

Como funciona a criação?

A fazenda de mexilhão ocupa um espaço de 36 mil m² no mar da praia da Cocanha, em Caraguatatuba, em uma produção que pode chegar a 50 toneladas por ano.

Da areia até as cordas no meio do mar, é preciso percorrer cerca de cinco minutos. Outro produtor, José Luiz Alves explica o ofício. "Fazenda marinha é uma novidade, porque quando você fala 'fazenda' o pessoal pensa que é vaca, galinha, porco. Mas o trabalho em si é parecido".

Alves afirma que a produção é organizada por uma associação fundada em 2000 e que é formada por 17 famílias de maricultores, além 20 de pescadores.

Cordas onde mexilhões se fixam é retirada do mar

Apesar da relação saudável e de amor com o mar, o produtor lembra as dificuldades vividas no passado, como quando ficou dois anos sem produzir por conta de um desastre ambiental.

"Em abril de 2013 houve um vazamento de óleo da Transpetro que atingiu nossa fazenda e toda essa estrutura que estava lá há anos teve que ser retirada. Aí ficamos dois anos totalmente parados, sem nada. Em 2015, retomamos a fazenda e levamos mais ou menos seis anos para chegar no que era antes".

Criação de mexilhões ocupa 36 mil m² no mar da praia da Cocanha, em Caraguatatuba

Fonte: Da Redação G1 EPTV

Comunicar erro
Fepi

Comentários

novato